quarta-feira 2 de abril de 2025

Um Dia de Cão

. Sim, era negro, magrinho e tinhas as pernas fininhas e tortas, exatamente como o maior ponta esquerda que eu já vi jogar em todos os tempos.

2 de março de 2025 8:21 por Geraldo de Majella

Reinaldo e Silva em 1973. Foto/ Museu dos Esportes.

 

Por Mácleim Carneiro

Recentemente, em um dos supermercados do aquário, tive a adorável experiência de reencontrar minha juventude e ter uma reação de fã, ao reconhecer um ídolo da época em que eu ia ao estádio Rei Pelé, para assistir aos jogos do CRB.

Enquanto esperava a minha vez de passar no caixa, percebi um senhorzinho franzino, de cabelos brancos, bem quietinho e discretamente posicionado próximo de onde eu estava.

Olhei-o mais atentamente, a procura de características que confirmassem ser quem eu imaginara que era. Sim, era negro, magrinho e tinhas as pernas fininhas e tortas, exatamente como o maior ponta esquerda que eu já vi jogar em todos os tempos.

Ali estava, a alguns passos do meu alcance, o jogador de futebol praticamente inalcançável dentro das quatro linhas, um ídolo do futebol alagoano, cujo apelido era Cão, de tanto infernizar as defesas adversárias, com seus dribles desconcertantes e arrancadas fatais pela lateral do campo. Sim, era ele, o grande Silva, de um CRB dos velhos e bons tempos de glórias.

Logo eu que, até então, não sabia ainda ser possível em mim a reação que tive, pois imaginava ter aprendido a desmitificar as personas que admiro.

Silva. Foto: Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas

Eu, que me compreendia um iconoclasta convicto, sobretudo, das imagens que construí em retrospecto, não resisti mais do que alguns segundos para me aproximar daquele senhorzinho e confirmar ser ele quem eu imaginava que seria e, sem titubear, lhe render frases e palavras de admiração, respeito e agradecimento, pelos momentos de alegria e glória, que o seu futebol maravilhoso havia me proporcionado, no tempo de geraldino, com um copo de raspadinha vermelha na mão e um cachorro-quente recheada de batata inglesa amassada e nada de salsicha.

Pois bem, devo ter me empolgado nos elogios e agradecimentos ao grande Silva, pois, quando dei por mim, as pessoas em volta – até então alheias ao grande ídolo do futebol alagoano e maior artilheiro dos clássicos até hoje – estavam todas com olhares curiosos voltados para ele.

Talvez, pelo jeito quieto e discretíssimo, ele seja tímido e não quisesse ser reconhecido por ninguém, isso jamais saberei. O fato é que, ao me despedir, deixei-o com um sorriso no rosto e fui embora feliz, pois, naquele exato momento, além de um ídolo do passado, eu também havia encontrado a minha alegria espontânea e incontida, como os gols e cruzamentos perfeitos do extraordinário Silva Cão.

NO +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!

 

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