25 de setembro de 2020 2:05 por Da Redação
Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Urbanitários ao Dieese aponta que a Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal) é uma empresa saneada economicamente, com potencial de investimentos com recursos próprios. Os dados revelam ainda que um estado pobre e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) precisa de uma empresa pública forte que possa investir, gerando emprego e desenvolvimento econômico e social.
Segundo o estudo do Dieese, entre 2016 e 2019, o lucro líquido da Casal saltou de R$ 8,4 milhões para R$ 65,8 milhões, crescimento de 684%. Considerando o período de quatro anos, o lucro líquido acumulado foi de R$ 95,3 milhões, depois de vários anos de prejuízo. “Os indicadores analisados demonstram claramente que a Casal está em trajetória contínua de melhoria dos indicadores econômico-financeiros”, aponta o sindicato.
A empresa tem elevada geração de receitas, com patamares mantidos acima de R$ 500 milhões anuais e com lucros significativos, acumulando cerca de R$ 100 milhões nos últimos quatro anos, com equilíbrio de caixa, diferentemente de períodos anteriores em que acumulava prejuízos.
O estudo aponta que com o leilão dos municípios mais rentáveis para o capital privado, a companhia ficará apenas com os municípios menores, mais carentes, menos rentáveis e também de menor lucratividade operacional, o que coloca em risco a existência da empresa.
Nesse cenário, haverá piora considerável dos indicadores econômico-financeiros da companhia, provavelmente com queda expressiva das receitas e dos lucros. “É possível afirmar que a Casal passará a conviver com receitas reduzidas e voltará a ter prejuízos, podendo chegar a uma situação praticamente insustentável”, diz o documento.
Impacto socioeconômico
A Casal desempenha papel estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de Alagoas. Como estatal, ela pode ser utilizada pelos gestores públicos para realizar políticas públicas que promovam a melhoria das condições de vida da carente população alagoana. Por outro lado, a possibilidade da redução de pessoal é grande, pois a empresa terá que se retirar das regiões privatizadas.
Caso isso ocorra, diz o Dieese, certamente haverá redução do número de trabalhadores da Casal, bem como com a possibilidade iminente de redução dos rendimentos, benefícios etc. A renda que atualmente movimenta a economia estadual e principalmente maceioense, proveniente desses trabalhadores, poderá sofrer queda considerável. Menos recursos financeiros circulando causará impacto direto sobre as atividades econômicas, principalmente nesse momento de crise social e econômica provocada pela pandemia.
Fonte: Assessoria