23 de outubro de 2020 11:36 por Da Redação
Dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a produção de cana-de-açúcar em Alagoas foi de 18,7 milhões de toneladas em 2019, sendo a maior safra dos últimos quatro anos. Na comparação com o ano anterior, o aumento na produção foi de 11,7%.
Esses números refletem positivamente na indústria de etanol 2G, como é o caso da GranBio, empresa de biotecnologia 100% brasileira, que possui uma planta industrial no município de São Miguel dos Campos (AL).
“Uma boa safra abre caminho para produção de etanol de segunda geração em outras regiões do Estado. E vemos uma tendência de índices ainda melhores para o próximo ano, já que, recentemente, algumas usinas passaram por uma fase de recuperação do canavial e o clima tem favorecido as condições das lavouras”, explica Marco Aurélio Campêlo, diretor Industrial da GranBio, que está à frente da BioFlex®, primeira biorrefinaria produtora de etanol celulósico em escala comercial do Hemisfério Sul e o projeto mais inovador da indústria sucroenergética desde o Proálcool.
Colheita mecanizada garante palha para biocombustível
Atualmente, a GranBio tem capacidade para produzir 30 milhões de litros de etanol 2G por ano, porém está realizando investimentos em sua planta para incrementar esse número e alcançar 50 milhões de litros por ano até 2022. A companhia produz etanol 2G a partir de uma tecnologia exclusiva, que permite a utilização de qualquer rejeito agrícola. No Brasil, a palha da cana é a matéria-prima utilizada para a produção do biocombustível da empresa.
Para aproveitar ao máximo os resíduos do campo, é fundamental que a colheita da cana seja mecanizada. “Feita dessa forma, a colheita resulta em mais agilidade e eficiência do processo, além de reduzir o impacto ambiental, já que não é preciso realizar a queima de resíduos. A adoção dessa prática é fundamental para que possamos aproveitar a palha que fica no campo, representando a possibilidade de ganhos extras aos produtores de cana, que podem vender esses resíduos para a indústria”, complementa Campelo.
O etanol 2G reduz em até 90% as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, em comparação aos combustíveis convencionais. O Brasil está na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento deste produto e a GranBio tem atuado fortemente para, por meio de sua tecnologia pioneira, ampliar esse mercado em todo o mundo. “Temos um futuro muito promissor. Nosso objetivo é alcançar alta produtividade sem aumentar as áreas de plantio, ou seja, produzir etanol 2G de forma totalmente sustentável, sem competir com alimentos”, finaliza o diretor Industrial da GranBio.
Cana-energia: mais produtividade às lavouras
Para aumentar a produtividade e a longevidade dos canaviais em mais de 50%, a GranBio também investiu no desenvolvimento da cana Vertix, variedade exclusiva de cana-energia, mais robusta, com maior teor de fibra e potencial produtivo, que, por ser extremamente rústica, pode ser plantada em solos menos férteis, como as áreas de pastagens degradadas.
Atualmente, a GranBio tem três mil hectares de cana Vertix plantados em todo País e um total de 17 clientes. A expectativa da companhia é chegar a 135 mil hectares até 2025. A Usina Caeté, em Alagoas, é parceira da GranBio desde 2016 e acredita que a cana-energia pode representar ótimas oportunidades para os produtores que atuam com etanol 1G e 2G e energia.
“Há cerca de quatro anos, estamos numa fase de testes plantando cana-energia em nossas lavouras na Usina Caeté – Unidade Marituba, localizada em Igreja Nova (AL), e na Usina Caeté – Unidade Paulicéia, situada em Paulicéia (SP). Acreditamos no potencial dessa cana, pois a GranBio tem realizado ano após ano uma série de melhoramentos genéticos para nos ajudar a atingir nosso objetivo de ter uma cana-energia mais rica em açúcar e não apenas em fibras e biomassa. Estamos otimistas que a Vertix vai nos proporcionar mais produtividade tanto nas frentes de açúcar, quanto de etanol (1G e 2G) e energia”, explica Aryl Lyra, diretor Agrícola da Usina Caeté.
Fonte: Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea)