28 de abril de 2021 5:54 por Edson Bezerra
De Edson Bezerra para Cláudio Canuto
Quando penso em Cláudio,
Eu penso no mundo, e ,
Sobretudo no tamanho do mundo,
E no mundo que habita o tamanho de Cláudio,
Pois o tamanho de Cláudio é o volume imenso
De uma montanha que se desloca entre os edifícios,
E que também fala e brinca solidária
Entre a solidão dos homens.
Quando eu penso em Cláudio
E em seu volume,
Eu recordo o gigante que havia no
Tempo em que eu era menino,
Mas também dele aprendi
Que do volume de um homem
Não se deve ter medo,
Pois, neste mesmo tamanho
E dos pés imensos que percorrem
Os bares solitários,
Existe um coração a percorrer esta cidade,
E se esta cidade é solitária e sem amor,
E se nela os homens vivem a fome,
Eu penso em Cláudio, e penso ali num coração sozinho
A driblar a solidão abraçando o mundo e esta cidade,
E trazendo a mim,
Na solidão do tempo em que se vive,
A certeza de que seu tamanho é pouco,
E o coração lhe escapa e não lhe cabe.
E mesmo que ele não saiba,
Assim é Cláudio, um furacão cansado
No coração de um homem.