1 de maio de 2021 7:24 por Geraldo de Majella
Bolsonaro vem a Maceió no dia 6 de maio para entregar 500 apartamentos construídos pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), no Residencial Oiticica 1 e 2, no bairro do Benedito Bentes. O prefeito de Maceió, JHC, anfitrião do Presidente da República, naturalmente deve informar que essa obra é a última em Alagoas e que foi criada no governo Lula-Dilma Rousseff e executada pelo tucano Rui Palmeira.
Um breve histórico: o censo demográfico (IBGE, 2010) identifica que em Maceió 63,9% das famílias tinham rendimentos mensais de meio salário mínimo per capita, portanto abaixo da linha de pobreza. Outro dado alarmante é que 114.659 famílias moram em “aglomerados subnormais”, favelas, grotas e alagados, e são distribuídas em 32.359 domicílios. Esse dado pode ser subdimensionado, uma vez que o IBGE desconsidera os assentamentos com menos de 50 habitações nessa contagem. Segundo a Fundação João Pinheiro (2010), o déficit habitacional de Maceió era de 42.261 unidades. Estamos falando do censo de 2010.
O Programa Minha Casa Minha Vida, extinto por Bolsonaro, contratou em Maceió algo como “38.922 unidades, sendo: 12.155 (31%) para a faixa 1; 20.888 (54%) para a faixa 2 e 5.879 unidades (15%) para a faixa 3. A faixa de renda mais baixa foi contemplada com menos de 1/3 das unidades habitacionais, quando 60% das unidades deveriam se destinar a essa faixa”. Esse desvio foi detectado e apresentado ao Ministério das Cidades pela professora doutora Regina Dulce Barbosa Lins e pela mestra Tainá Silva Melo.
Quando Lula assumiu a Presidência da República havia em Alagoas apenas 9.343 trabalhadores na construção civil; em 2011, quando concluiu o segundo mandato, nos canteiros de obras ficaram 37.007 trabalhadores com carteira assinada. A indústria da construção civil nunca empregou tanto na história. Hoje o que mais cresce em Alagoas e no Brasil é o desemprego, o fechamento de empresas e as mortes provocadas pela Covid-19.
No governo Bolsonaro dois setores cresceram vertiginosamente: os insumos para os doentes acometidos pela Covid-19 e as indústrias que produzem urnas funerárias. O povo e a classe média querem emprego, moradia, e a indústria da construção civil quer voltar a construir igual ou minimamente parecido com a época de Lula e Dilma.
Fonte: https://fau.ufal.br/evento/pluris2016/files/Tema%204%20-%20Planejamento%20Regional%20e%20Urbano/Paper1207.pdf