24 de agosto de 2021 6:02 por Mácleim Carneiro
Sou daqueles que acham que as pessoas se revelam pelo o que dizem, pensam e realizam. Portanto, quando um músico se revela dessa maneira: “Não sou um guitarrista que ama mais a guitarra do que a música. Eu gosto de música de uma forma aberta”, podemos prever que suas realizações musicais têm as mesmas dimensões da sua fala.
E assim é o guitarrista alagoano Geraldo Henrique, que se revelou no admirável álbum instrumental ‘Quasar’, cuja origem cósmica é essencialmente musical e sua aparência estelar se define pela ficha técnica, tão brilhante quanto os astros do universo: Adam Rogers, Geraldo Henrique e Scott Henderson (guitarras); Ademir Júnior, Chris Potter e Seamus Blake (saxofones); John Patitucci (baixo); Nate Smith (bateria) e John Escreet (piano).
Bem, com tamanha constelação, fica fácil observar a olho nu que esse álbum é, no mínimo, inusitado pela arregimentação desse dream team.
Portanto, musicalmente, é de uma excelência inquestionável, que o levou, quando do seu lançamento em 2013, a constar na lista dos melhores lançamentos daquele ano, pela revista americana de jazz Downbeat, referência mundial do gênero.
O interessante é que o ‘Quasar’ teve quase nenhuma repercussão aqui no aquário, o que é típico da nossa condição, sobretudo, quando a obra supera, e muito, a mediocridade do stablishment. Que o diga Graciliano ou Lêdo Ivo, como referências de um passado atroz, que insiste em se perpetuar.
Mas os deuses apolíneos sabem escrever certo por pentagramas tortos, e, por isso, assim como os quasares, a música de Geraldo Henrique está a bilhões de anos-luz daqui.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???