sábado 23 de novembro de 2024

Adelaide

Adelaide, heroína das heroínas, principal responsável pelo grande, pelo autêntico, pelo inesquecível feito das iatistas.

26 de agosto de 2021 12:55 por Geraldo de Majella

1955- Equipe de Voleibol do Iate Clube Pajuçara. a partir da esquerda: Murilo Mendes (treinador). Cecile, Francette, Adelaide, Edite, Janedi, Flávia, Dinize e Valdete. Fonte: Facebook de Lauthenay Perdigão.

O Iate descobriu o voleibol feminino alagoano. E, esse a gente bem sabe, já havia sido descoberto antes. Apenas eclipsou-se. Ou talvez, brilhou menos. Agora, entretanto, ganhou seu novo sol e marcou a revanche mais sensacional e esperada dos últimos anos. Mas a descoberta do Iate não se limitou apenas no voleibol. Sua conquista foi além – descobriu uma nova estrela de primeira grandeza, um novo sol, mais brilhante, mais intenso, mais positivo.

Nenhuma atleta foi tão autêntica e perfeita. Se podemos chamar uma atleta de voleibol de Joana D’arc, naturalmente não podemos deixar de classificar, teoricamente, que o Iate Clube Pajuçara teve a sua Joana D’arc no campeonato de 1958. Adelaide, heroína das heroínas, principal responsável pelo grande, pelo autêntico, pelo inesquecível feito das iatistas. Trata-se de uma campeã de verdade, que põe o esporte acima de tudo, até de suas vaidades, não poupando sacrifícios pelo bem estar de suas companheiras e de seu clube. Por isso é que o Iate a descobriu somente em 1958. Ou contrariamente, ela é que descobriu o Iate e o próprio voleibol da terra dos Marechais.

Adelaide Reis. Fonte: Facebook de Lauthenay Perdigão

Nenhuma estrela, até hoje descoberta, teve a ascensão e o brilho de Adelaide. Nenhuma, pelo menos no voleibol alagoano, conseguiu galgar os degraus da perfeição como ela. Talvez muita gente pense que estamos exagerando. Mas, quanta ingenuidade haveria nesse pensamento! Para provar as qualidades da garota, bastava vê-la jogar e brilhar. Porque cada atuação de Adelaide, no campeonato de 1958, era mais um passo dado para a perfeição, para o brilhantíssimo. Fez até milagres.

Carregou o time nas costas em várias ocasiões. E em todas as oportunidades demoliu, destruiu, desmoralizou as defesas adversárias com seus arremessos incrivelmente violentos. Dizem, até, que seu sucesso deve-se a hereditariedade esportiva. É uma família de desportistas. Seu pai, Dr. José Reis foi um dos grandes diretores do Iate e com um passado esportivo dos mais brilhantes. Os irmãos Chico e Almir são campeões de basquetebol, também pelo Iate. Adelaide é alta, como altos são todos os de sua família. Fisicamente, é magrinha e bem parecida com a famosa Leila, considerada a mais perfeita atleta do voleibol carioca em 1958 defendendo o Flamengo. Como Leila, ele possui bom domínio da bola e um arremesso que causa inveja a certos cortadores de algumas equipes masculinas de Alagoas.

(*) O jornalista e historiador Lauthenay Perdigão contou com a colaboração do jornalista Luiz Alves.

 

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