sexta-feira 17 de maio de 2024

Uma heroína brasileira

No Dia da Mulher, a história de uma favelada e seu filho vulnerável.

8 de março de 2022 10:07 por Da Redação

 

 

 

BLOGUE DE HOMERO FONSECA

A cearense Francisca de Souza é uma trabalhadora, analfabeta, mãe solo, moradora no Morro Santa Marta, no Rio. Numa reportagem na tevê[1], ela contou sua saga para criar o filho Amaury:

– Eu sou mãe e pai, desde que ele nasceu. Você não imagina a gente criar um filho numa favela. Eu era uma mãe desesperada. Ele chegava da rua, eu cheirava a roupa dele. Antes dele sair, eu olhava a mochila dele todinha. Tinha medo dele se envolver… você sabe, né? Se eu visse que tava entrando… ia ser no cacete, ia ser mesmo.

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Assim, em poucas palavras, ela desvenda, calmamente, um drama extensivo a milhões de mulheres, Brasil a fora.

Sabia que a educação era uma das poucas vias para a salvação do rapaz. Instintivamente, deduzia que um livro, esse objeto misterioso, poderia ser a porta para um mundo melhor. Mas não tinha dinheiro pra comprar um. Até que um dia criou coragem e falou pra patroa:

– A senhora não tem um livro aí pra ele ler, não? Ela disse: pode levar o tanto que você quiser. Eu até chorei de alegria nesse dia, sabe?

Felizmente, o rapaz foi fisgado pelos livros e se enfiou nos estudos. Na pequena casa em que vivem na favela, não tem janelas, mas tem uma estante estufada. Hoje, contabiliza que lê uma média de 5 livros por mês, ou 60 por ano.

– Quando ele tinha um curso pra fazer, se fosse muito caro, eu ia lá, contava pra pessoa a minha situação, chorava, até que aquela pessoa dona do curso se comovia…

Resultado: o filho está numa Faculdade de Cinema e já faz alguns trabalhos profissionais, melhorando a renda da família.

É bonita a maneira como ele retribui o esforço da mãe, falando assim:
– Quando fizemos o vestibular…

O plural aí é ele e Francisca.

[Essa é minha homenagem à mulherada, no seu dia.]

[1] Globo Repórter,

(*) Homero Fonseca Jornalista, jornalista. Escritor menor. Leitor maior.

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