26 de abril de 2022 4:38 por Da Redação
A vereadora por Maceió Teca Nelma (PSDB) usou o Twitter, nessa segunda-feira (25), para fazer uma grave denúncia: o número de casas e famílias afetadas pelo desastre socioambiental da Braskem só cresce.
Agora, os moradores do Flexal de Cima e Flexal de Baixo, em Bebedouro, que antes amargavam o ilhamento social provocado pelo esvaziamento dos bairros nas adjacências, também sofrem com as casas rachando. Eles entraram na luta para serem realocados e indenizados pela mineradora.
Outro parlamentar, o vereador Dr Valmir, destacou que a batalha será difícil, diante do poder econômico da Braskem. Por isso, diz que a união de todas as vítimas e essencial nessa batalha.
A fala ocorreu no último sábado (23), quando um estudo elaborado por técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi apresentado à comunidade, durante evento organizado pelo Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).
“Os estudos compreendem algumas dimensões do crime socioambiental da Braskem em Maceió e acabou comprovando algo que o MUVB e a Associação reivindicam há muito tempo: a necessidade de realocação de algumas áreas não contempladas pelo mapa de risco da Defesa Civil. Agora, a organização encaminha um requerimento aos entes públicos competentes para exigir a relocação das comunidades remanescentes”, destaca nota da Associação.
Moradores fazem laudo por conta própria
Negligenciados, a vereadora conta que eles mesmos contrataram um engenheiro civil para avaliar a situação dos imóveis e a notícia não foi nada animadora. “Das 62 vistoriadas nestas localidades, todas apresentaram rachaduras, fissuras, pisos quebrados. Grande parte em grau irrecuperável!”, denunciou a parlamentar nas redes sociais.
Segundo Teca Nelma, os impactos ambientais também atingem a vida aquática, causando ainda prejuízos sociais e econômicos. “Vocês lembram da contaminação dos peixes da Lagoa Mundaú? Um laudo apresentou indícios de amônia, sulfato, condutividade elétrica, sódio, cádmio (metal pesado, um dos três elementos mais tóxicos) e clorofórmio. Além da Lagoa ter baixado 2 metros de profundidade. Alguém surpreso?”, questiona.
“É preciso deixar claro que ninguém nunca teve acesso aos Estudos Prévios de Impacto Ambiental, assim como os impactos de vizinhança. Em nenhuma das reuniões com a comunidade esse estudo foi apresentado”, acrescentou.
O estudo sobre os impactos ambientais na lagoa Mundaú, apresentado aos moradores no sábado pela professora dra. Regla Toujaguez e pelo professor dr. Emerson Soares, aponta a presença de vários contaminantes — inclusive, metais pesados — que representam um risco à vida aquática e à saúde pública da população que se alimenta e comercializa os organismos da lagoa. Segundo os pesquisadores, o risco de contaminação e intoxicação é mais um motivo para a remoção dessas comunidades.
De acordo com Teca Nelma, nenhum representante do Ministério Público e da Defesa Civil se fez presente durante reunião com a comunidade e “o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada da Prefeitura de Maceió foi vaiado pela população após propor soluções paliativas e ignorar a necessidade urgente de realocação”.