28 de abril de 2022 10:18 por Mácleim Carneiro
Se fosse um filho, o álbum ‘A Cor do Céu Mudou’, da banda Dharma, seria um filho temporão. Fisicamente, ele existe desde 2016, porém, só aconteceu depois de um hiato de doze anos após o lançamento do primeiro disco da banda em 2004.
Tamanha hibernação parece ter sido favorável ao amadurecimento, pois, de acordo com os releases à época do lançamento, ocorreu uma mudança, sobretudo no que tange à sonoridade da banda, pelo ponto de vista da pegada rock and rool, que antes era mais crua, recheada de distorções, algo como new metal e grunge.
O título do álbum revela um paradoxo em relação ao que acontece musicalmente ao longo de suas faixas. Se a cor do céu realmente muda em sua dinâmica própria e a sua forma tem essa dinâmica ainda mais acelerada pela mudança constante das nuvens, esse novo trabalho da Dharma não espelha este conceito ao pé da letra.
Em sua maioria, as músicas são um tanto lineares melodicamente, quase monocromáticas, embora haja uma preocupação em arejar as levadas. Fato que demonstra a performance apurada do quarteto, mesmo que não cheguem a apontar novos rumos.
São onze faixas e mais duas faixas bônus. A primeira, que abre o disco, ‘Ilusionismo’ (existe clipe no YouTube), tem na introdução apenas quatro compassos de um piano solo (Dinho Zampier) que, de tão lúdico e fugaz, deixa um gostinho de quero mais. O bom é que no fim do disco nos é ofertada na íntegra, em uma versão acústica, onde o piano comanda toda a base harmônica.
O rock feito pela banda passa pelo conceito de suas letras quase onírica, pelo som com a força de suas ideias musicais e, porque, se o universo rock fosse um rio, o fluxo desse rio seria Dharma.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???