O tempo não é linear. “A linearidade do tempo é uma invenção ocidental”, de acordo com a saudosa arquiteta modernista Lina Bo Bardi. E, como tal, invenção não significa descoberta. Por isso, as lembranças são cristalinas e a sensação é a mesma.
Lembro-me, como se fosse hoje, da alegria de ter sido selecionado para fazer a abertura de um dos shows do Projeto Pixinguinha, em 1986, cuja caravana era composta pela Sandra de Sá, o curitibano Hilton Barcelos e os cariocas do Tambores Urbanos.
Naquela época, a participação de artistas locais, quando da passagem das caravanas do Pixinguinha, chamava-se “janela”. E como era apropriado esse nome…
Por ela, vislumbrei inúmeras possibilidades, que depois tornaram-se realidade em mais duas participações minhas no Pixinguinha, em nível nacional.
A janela do Projeto Pixinguinha não era para ser pulada nem tomada de assalto. Era, apenas, uma bela janela, por ser ela, ao mesmo tempo, sala; iluminada em convidados e anfitriões.
Na foto, encontrada amassada no fundo do velho baú, estão Zé Barros, Fernando Nunes e eu. Foi feita nos bastidores do Teatro Deodoro, logo após o nosso show, que ainda tinha na banda o Téo Gomes (batera), Luiz Carlos (teclado), Almir Medeiros (sax) e o Zé da Flauta (por óbvio).
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???