2 de março de 2020 7:40 por Marcos Berillo
Há entre as profissões uma que particularmente me seduz: é a de livreiro. Comercializar livros é disponibilizar um bem cultural que contribui para transformar as pessoas e o mundo.
É recorrente lembrarmos de livreiros e livrarias. Monteiro Lobato foi múltiplo, criou a livraria Brasilense, foi editor, jornalista e um extraordinário escritor. Outro nome que sobressai no cenário nacional é o de José Olympio, editor e livreiro. Na sua famosa livraria os principais intelectuais do Brasil se reuniam. Entre esses os alagoanos Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Holanda, junto a Jorge Amado, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e tantos mais. Os encontros diários na livraria José Olympio ficaram famosos e marcaram definitivamente a história da literatura brasileira.
Não é raro ouvirmos referências às livrarias que foram importantes, mas que por motivos outros fecharam suas portas. Essas lembranças surgem num clima de certa nostalgia, seja entre jovens intelectuais, estudantes, ou entre antigos leitores que frequentaram ambientes agradáveis como são os das livrarias. Por mais simples e singelas que sejam, paira nas livrarias uma aura de saber sobre os livros e prateleiras.
As gerações que adquiriram o hábito da leitura e estabeleceram com o livro uma relação de amor sentem pelas livrarias uma atração indescritível, diferentemente dos que estão se formando em contato direto com o mundo virtual. O livro em papel é algo menos prazeroso, imagino. As janelas que se abrem ao mundo através da tela de computador acontece por meio de uma conexão à rede mundial, onde é possível acessar as mega-livrarias virtuais que disponibilizam milhões de títulos em todos os idiomas e dialetos. Algo impensável até bem pouco tempo. Isso evidencia que o livro no formato tradicional continuará sua trajetória secular e insubstituível.
8 Comentários
Ah! nada mais emocionante do que ler o livro de folhas de papel onde se imprime as páginas de um dicionário ou de um romance ou crônicas ou poemas nos permitindo viajar no tempo e reinventar o dito e a escrita pelo viés de cada um! E ser conduzida pelos labirintos das prateleiras de um sebo ou livraria ou biblioteca.
Elizabeth, esses são os melhores caminhos, as livrarias, os sebos e as bibliotecas.
O livro nunca acabará.
Abração
Pois… Que saudade das nossas Livrarias. Caetés, do João e do Ricardo… Remetendo à Livro 7, do Tarciso, do Recife, dos meus tempos de Faculdade. Depois O Ricardo abriu a Estação das Letras. Há aí muita história pra se contar.
Maria Lídia, essas livrarias marcaram época em Maceió.
Eu e Majella em Sampa costumávamos passar pela Livraria Teixeira após o serviço.
Bons Tempos.
Eu e Majella em Sampa costumávamos passar pela Livraria Teixeira após o serviço.
José Orengaia, boa lembrança a sua. As livrarias sempre foram nossos melhores lugares de encontros.
São Paulo, muita livrarias foram fechadas, inclusive, a citada por você a Livraria Teixeira, a Brasiliense e outras. Infelizmente.
Abração.