9 de março de 2020 12:19 por Marcos Berillo
Da Redação, com G1
Depois de confirmar a primeira pessoa contaminada pelo coronavírus em Alagoas, o Ministério da Saúde alerta para a expectativa de que novos caos continuem a surgir. Ontem, em entrevista ao site Valor, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que idosos, pessoas de rua, abrigos e asilos serão os segmentos da população mais expostos.
O Brasil tem hoje 25 casos confirmados, enquanto em Alagoas foram descartados os oito casos que estavam sendo investigados. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), não há mais nenhum caso suspeito no Estado. Entretanto, cientistas estimam que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado.
O caso confirmado é de um alagoano de 42 anos que voltou da Itália no último dia, apresentando sintomas da doença. O homem está em isolamento domiciliar e seu estado de saúde é estável. Na Itália, país europeu mais atingido pelo coronavírus, foram registrados 7.375 casos da doença e 366 mortes.
Na entrevista ao site Valor, Luiz Henrique Mandetta disse que “está em curso uma corrida para se ter uma forma de identificar rapidamente, via exame da saliva, por exemplo, pessoas que possam estar infectadas pelo coronavírus em portos ou aeroportos”.
Sobre o coronavírus (fonte: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/02/27/o-que-se-sabe-e-o-que-ainda-e-duvida-sobre-o-coronavirus.ghtml)
Qual é a origem do vírus?
O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde. O nome do vírus não foi definido pela organização. Temporariamente, recebeu a nomenclatura de 2019-nCoV.
A doença provocada pela variação originada na China foi nomeada oficialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como COVID-19, em 11 de fevereiro. Ainda não está claro como ocorreu a mutação que permitiu o surgimento do novo vírus.
Outras variações mais antigas de coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, são conhecidas pelos cientistas. Eles também chegaram aos humanos por contato com animais: gatos, no caso da Sars, e dromedários, no vírus Mers.
Onde surgiram os primeiros casos?
A OMS emitiu o primeiro alerta para a doença em 31 de dezembro de 2019, depois que autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan, metrópole chinesa com 11 milhões de habitantes, sétima maior cidade da China e a número 42 do mundo. O tamanho é comparável com a cidade de São Paulo, que tem mais de 12 milhões de habitantes.
O surto inicial atingiu pessoas que tiveram alguma associação a um mercado de frutos do mar em Wuhan – o que despertou a suspeita de que a transmissão desta variação de coronavírus ocorreu entre animais marinhos e humanos. O mercado foi fechado para limpeza e desinfecção.
O que é responsável pela transmissão?
Ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos. A suspeita é que tenha sido por algum animal silvestre. O tipo de animal e forma como a doença foi transmitida ainda são desconhecidos. Uma hipótese é que o novo vírus esteja associado a animais marinhos. Entretanto, ao menos duas pesquisas apontam outras possibilidades: uma delas cita a cobra e, outra, os morcegos.
Onde ocorreu a primeira morte?
Na China, em 9 de janeiro. Um homem de 61 anos foi a primeira vítima. O paciente foi hospitalizado com dificuldades para respirar e pneumonia grave, e morreu após uma parada cardíaca. Naquele momento, 41 pessoas já haviam se infectado.
Quais são os sintomas?
Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.
É um vírus que vem pra ficar ou vai ‘desaparecer’?
Não se sabe ainda. Alguns vírus, como o da catapora, não voltam a causar a doença novamente após uma primeira infecção.No caso do vírus da zika, por exemplo, o corpo responde e a mesma pessoa não passa a ser afetada novamente, o que gera uma redução natural no número de casos.
A ciência ainda precisa estudar se o 2019-nCoV gera uma resposta imune definitiva ou se uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez.