26 de agosto de 2022 5:30 por Redação
Um cigarro contém 4700 substâncias tóxicas como o cádmio, encontrado em baterias de carros, e, por isso, o hábito de fumar torna os fumantes ativos e passivos suscetíveis a desenvolver doenças como o câncer, informa o pneumologista e docente do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) Tadeu Lopes. O alerta do médico reforça o objetivo de orientar a população sobre os perigos do fumo com a campanha “Dia Nacional do Combate ao Fumo”, celebrada nesta segunda-feira, 29.
Além do cádmio, o pneumologista lembra que ainda são encontrados no cigarro o arsênico, ingrediente de inseticidas e veneno de rato; amônia, utilizado em produtos de limpeza e explosivos; monóxido de carbono, produzido em motores de veículos e liberados nos escapamentos; entre outras substâncias maléficas à saúde.
“O uso do cigarro pode causar diversas doenças, entre elas enfisema, infarto do miocárdio, doenças vasculares em geral e diversos tipos de câncer, como o de boca, bexiga, pulmões e laringe”, aponta o médico.
Apesar dos perigos, ele enfatiza que algumas dessas doenças podem ser curadas quando descobertas precocemente, mas que o método mais eficaz para evitá-las é abandonar o tabagismo.
“O cigarro possui nicotina que causa vício e dependência. As pessoas em geral têm muita dificuldade em abandonar o hábito de fumar sozinhas, sendo necessário tratamento clínico e medicamentoso. Sendo assim, a pessoa que deseja parar de fumar deve procurar seu pneumologista para que seja iniciado tratamento e para que ela seja orientada quanto aos malefícios desse hábito”, recomenda o médico.
Fumantes “passivos” também sofrem
Ele também conta que até mesmo as pessoas que convivem com fumantes, as chamadas “fumantes passivas”, também podem desenvolver as doenças devido a inalação da fumaça dos cigarros, mas que o risco de desenvolver as enfermidades é menor do que de quem fuma.
Além disso, os perigos do hábito de fumar não se restringem apenas ao uso do cigarro tradicional, mas também aos cigarros eletrônicos e aos narguilés.
“Os cigarros eletrônicos foram proibidos pela Anvisa no Brasil em 2009 e é usado como forma de reposição de nicotina sem confirmação científica de eficácia, além de possuir diversas substâncias maléficas à saúde. Tanto os cigarros eletrônicos quanto os narguilés contém aldeídos, nitrosaminas, metais pesados e nicotina, que são maléficos à saúde”, afirma o pneumologista.
Abandonar hábito melhora saúde com o tempo
O médico garante que, apesar da exposição às mais de 4 mil substâncias tóxicas, um fumante, quando abandona do tabagismo, com o tempo, consegue ter um corpo saudável novamente.
“Os benefícios ao organismo depois de parar de fumar são vários. Depois de 20 minutos, o pulso e a pressão arterial voltam ao normal. Após oito horas, o corpo já liberou metade da nicotina e do monóxido de carbono, que prejudica o transporte de oxigênio nas células. O nível de monóxido de carbono volta ao normal depois de 12 horas, estabilizando os batimentos cardíacos, bombeando oxigênio adequadamente e estabilizando a pressão arterial. Depois de 24 horas, já diminui a chance de ter um ataque cardíaco – fumantes têm duas a três vezes mais chances de infartar”, expõe.
Além dos benefícios apontados, o médico ainda ressalta que, a longo prazo, após três meses sem fumar, há melhora no fluxo sanguíneo, na pressão arterial e na frequência cardíaca. Após um ano, o risco de problema cardíaco reduz pela metade. Passado cinco anos são diminuídas as chances de desenvolver diversos tipos de câncer. Em 10 anos, o ex-fumante tem metade da probabilidade de morrer de câncer de pulmão do que um fumante e após 15 anos, o organismo liberou todas as substâncias tóxicas e as chances de ter doenças do coração são as mesmas de quem nunca fumou.
Fonte: Assessoria