19 de dezembro de 2022 4:41 por Da Redação
Ainda repercutem por todo país as postagens da diretora de responsabilidade social do Flamengo, Ângela Machado, com críticas aos nordestinos. Ela é esposa de Rodolfo Landim, presidente do clube, e suas declarações foram ataques e ofensas ao povo da região onde Luiz Inácio Lula da Silva(PT) venceu o segundo turno da disputa pela presidência, com larga vantagem.
“Ganhamos onde produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morre, o carrapato passa fome”, escreveu Ângela, em sua conta do Instagram, no dia seguinte à vitória de Lula da Silva na eleição presidencial.
Dirigentes de clubes de futebol estão entre os que repudiaram as declarações da mulher.
Em Alagoas, as diretorias dos dois principais times condenaram as declarações e pediram respeito. Pela rede Twitter (@CSAoficial), a diretoria do clube azulino afirmou:
“O CSA repudia a declaração xenofóbica da Diretora de Responsabilidade Social do Flamengo. Sua fala foi uma agressão ao povo nordestino. O Nordeste merece respeito”.
Já o CRB, campeão alagoano 2022, também usou a rede Twitter (@CRBoficial), para condenar as declarações contra a população nordestina.
“O Clube de Regatas Brasil, repudia as falas xenofóbicas da diretora de responsabilidade social do Flamengo. Merecemos respeito. Nordestinos com muito orgulho!”.
Significado da vitória
O Nordeste continua sendo a região do Brasil onde a maioria dos eleitores reconhece o trabalho dos governos petista, de Lula e Dilma Rousseff.
Mais de uma vez os nordestinos foram vítimas do preconceito e humilhação, em falas do presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula, e de seus seguidores. A resposta dos nordestinos foi dada nas urnas, onde Lula, nascido em Pernambuco, obteve 69,34% dos votos na região (22,5 milhões de votos válidos), contra 23,51% dados a Bolsonaro (apenas 9,9 milhões de votos válidos).
A diferença entre Lula e Bolsonaro, no Nordeste, foi de 12.572.050 votos.
Esse capital político eleitoral foi decisivo na vitória de Lula e das forças democráticas, que se uniram para derrotar o candidato da extrema-direita no Brasil.
Cabe agora ao governo do presidente eleito olhar par a região Nordeste como um ponto estratégico. A resposta a essa votação é alavancar o desenvolvimento socioeconômico, construir redes de infraestrutura na região, ampliar o abastecimento de água potável e para os animais no semiárido, beneficiando uma região populosa e historicamente apartada dos projetos de desenvolvimento do país. Esses pontos traduzem o real significado da vitória eleitoral de Lula.
Lixo da História
A segunda tarefa é atrair a massa de eleitores da região que votou, por qualquer motivo, em Bolsonaro para o campo democrático, inserindo-a no projeto de desenvolvimento, nos programas sociais. É desta forma que o novo governo poderá recompor o tecido social esgarçado pela extrema-direita.
O Nordeste e os nordestinos são brasileiros e querem continuar contribuindo com o desenvolvimento do Brasil. Afinal a nação brasileira nasceu no Nordeste. Lula é nordestino e quer o Brasil unido e forte.
Somente assim, manifestações como as que fez a diretora do Flamengo, um time de massa, com uma popularidade nacional, serão colocadas no lixo da história.