19 de dezembro de 2022 4:41 por Da Redação
A Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal) condenou o discurso que o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, fez em sessão da Câmara dos Deputados, na última segunda-feira, 7. Em nota, na qual admite que haja militares da reserva e da ativa no protesto que há quase 10 dias ocupa o canteiro da Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, em Maceió, em frente ao quartel do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (59º BIMtz), a entidade define como “falta de respeito e de decoro” a utilização, pelo deputado, do termo “hiena” para denominar os manifestantes.
“O deputado Paulão denominou como HIENAS (sic) os militares da ativa e da reserva, como também, todo e qualquer cidadão por participar de manifestação pacífica, voluntária e espontânea” – reclamou a Assomal.
Entretanto, ao confirmar que há policiais militares da ativa e da reserva na manifestação golpista, a entidade faz uma confissão de crime. Afinal, a manifestação da extrema-direita tem sido tratada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme decisões de seu presidente, ministro Alexandre Moraes, como ação criminosa.
Na divulgação da nota, a entidade traz uma foto do deputado Paulão com a expressão “CANCELADO”, marca das milícias após o assassinato de suas vítimas. Para especialistas em segurança, da forma como foi redigida, a manifestação da Assomal representa uma ameaça ao parlamentar e a todos os que condenarem atos ilegais e antidemocráticos como os que estão ocorrendo em Alagoas.
A defesa da Constituição, da democracia e das eleições são as questões centrais das quais os manifestantes, que estão em frente ao quartel 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (59º BIMtz, gritando por intervenção militar, querem desviar a atenção da sociedade. Essa postura criminosa e anti-democrática foi o principal destaque na crítica feita pelo deputado Paulão.
A nota da Assomal é uma tentativa de jogar os militares alagoanos, que não estão na manifestação, contra o parlamentar, que foi bem claro no discurso, referindo-se apenas aqueles que não aceitam o resultado das urnas, nem a convivência democrática.