19 de dezembro de 2022 4:35 por Redação
De hoje (24) até o próximo sábado (26(, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), participa, na Universidade de Oxford, do Encontro de Altas Lideranças, juntamente com outros 50 líderes do Brasil.
A viagem tem como objetivo debater projetos e ações focados no tema “Capital Humano para o desenvolvimento do Brasil”. Dantas viaja a convite da Fundação Lemann.
A participação do governador e dos seus auxiliares nesse encontro é importante para trazer conhecimento sobre o que vem sendo feito no mundo e em outros estados e cidades do Brasil.
A educação pública em Alagoas tem vários gargalos, entre eles, a falta de professores. Esse problema agravou-se, consideravelmente, na década de noventa. O colapso ocorreu em 1997, com a implantação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV). As consequências do esvaziamento da rede, em função da adesão de milhares de funcionários das escolas e professores ao PDV, perduram até hoje .
A escola pública estadual não se recuperou. Mesmo com a realização de alguns concursos, as vagas nunca foram preenchidas.
De 1997 a 2022, Alagoas tem permanecido entre os últimos colocados nos indicadores da Educação nacionais e da região Nordeste.
Em 24 anos, período em que o Estado foi governado por Ronaldo Lessa, Teotonio Vilela Filho e Renan Filho/Paulo Dantas, passaram pela Secretaria de Estado da Educação 18 secretários. A média de permanência no cargo é de 1,6 anos.
Desenvolvimento com educação
O governador Paulo Dantas tem condições, em parceria com o governo federal, de priorizar a Educação. Para isso, é necessário disponibilizar recursos além dos previstos constitucionalmente. Alagoas não pode perder a oportunidade com o novo governo Lula.
A ideia de desenvolvimento com inclusão social tem a educação como um dos principais pilares. Para tanto, é necessário planejamento e investimentos diretos nas escolas.
Alguns pontos são essenciais para que venha ocorrer o desejado salto de qualidade no ensino e na gestão das escolas.
1) A questão salarial: os salários pagos aos professores são baixos e desestimulantes.
2) Infraestrutura das escolas: na maioria das escolas faltam acomodações satisfatórias, laboratórios, água potável, rede de internet, bibliotecas, computadores, climatização.
3) Modernização da gestão escolar: as direções não dispõem de pessoal qualificado suficiente para informatizar a documentação regular da escola, nem equipamentos. Não possuem trabalhadores suficientes na cozinha para preparar as refeições e lanches com qualidade. A falta de contabilidade estruturada nas escolas causa problemas nas prestações de contas. A profissionalização da gestão é fundamental para o bom funcionamento da escola.
4) Estabelecer como objetivo parcerias com as universidades Federal e Estadual, instituições que têm cursos de formação de professores na áreas de exatas, línguas portuguesa e estrangeiras.
5) Promover a formação continuada dos professores para combater a defasagem. A melhoria da formação dos professores e alunos é fundamental. O programa inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula.
Nordeste deve ser o espelho para Alagoas
Alagoas tem vários casos de sucesso para se espelhar. Os mais notáveis são os estados do Ceará, Pernambuco, Piauí e Maranhão pelas experiências exitosas observada durante as duas últimas décadas.
Nesse período, Ceará, Pernambuco e Piauí têm feito sucessivos investimentos em Educação, formando professores, investindo em infraestrutura das escolas e nas parcerias com os municípios.
O Maranhão, nos últimos 8 anos, foi o estado brasileiro que mais investiu em salários dos professores e trabalhadores das escolas.
Esses exemplos de sucesso não aparecem apenas na propaganda governamental, mas, nos indicadores do Ministério da Educação.
Histórico
O jornalista e empresário Arnon de Mello, ao ser lançado candidato ao governo de Alagoas, em agosto de 1950, disse: “Em matéria de Educação, estamos em penúltimo lugar nas estatísticas, com 77,9% de analfabetos, achando-se depois de nós o Piauí, com 78,4%”.
Passados 72 anos, o estado ainda se encontra entre os últimos colocados nos principais indicadores sociais, sendo a taxa de analfabetismo de 17,1%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.
Alagoas tem 337 mil pessoas de 14 anos ou mais que não sabem nem ler nem escrever – 160 mil delas homens, e outras 177 mil do sexo feminino. Outras 963 mil deles nessa mesma faixa etária têm apenas o ensino fundamental incompleto ou equivalente.