23 de março de 2020 9:15 por Marcos Berillo
O decreto que instituiu o Estado de Emergência em Alagoas, para dar combate a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, preservou as feiras livres e os mercados públicos como atividade essencial. Mas a medida vai, inevitavelmente, impactar na propagação da pandemia nas cidades alagoanas. O argumento de que as feiras e os mercados estão localizados em ambientes abertos é, a princípio, correto, mas é preciso conter a aglomeração que já vem sendo criticada em vídeos nas redes sociais, em cidades do interior.
Feiras tradicionais, como as de Arapiraca, São Miguel dos Campos, Teotônio Vilela, Mercado Público de Maceió, a feira de animais de Dois Riachos, a maior do sertão alagoano, podem ser consideradas mega eventos populares. São pontos de concentração de milhares de pessoas, onde o contato é mantido com proximidade não recomendada pelos médicos e sem proteção de máscaras. São, por isso, ambientes favoráveis à propagação do coronavírus.
É urgente que o governador Renan Filho se reúna com a AMA para disciplinar o funcionamento das feiras e dos mercados públicos. As populações do interior têm nas feiras e nos mercados públicos o seu ponto de abastecimento. Por esse motivo as medidas devem ser tomadas ouvindo os prefeitos para se encontrar uma saída segura e que garanta maior proteção à saúde de todos. Nenhuma medida restritiva será tomada sem vozes contrárias, mas nesse momento o que é imprescindível é a saúde e a vida.
Medida necessária
O Estado de Emergência em Alagoas foi decretado na sexta-feira, dia 20, pelo governador Renan Filho. Os estabelecimentos comerciais e prédios públicos ficarão fechados durante 10 dias como estratégia de prevenção ao coronavírus. O isolamento social da população é o mecanismo para conter a expansão do coronavírus, principalmente para proteger os idosos, diabéticos, hipertensos, cardiopatas e pessoas com doenças crônicas, que formam grupos de risco.
O fechamento de lojas e de estabelecimentos comerciais, templos religiosos e igrejas, museus, cinemas, shoppings, bares, restaurantes e galerias, foram medidas recebidas como positiva e necessárias pelas lideranças do comércio e do setor de serviços de Alagoas.
Dirigentes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL), Gilton Lima, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) de Alagoas, André Santos; do Maceió Convention & Visitors Bureau (MC&VB), Glênio Cedrim; da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros; Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau (CCC & VB), Luiz Cláudio Gonçalves, e da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), prefeita Pauline Pereira, manifestaram apoio às medidas preventivas e de enfrentamento ao novo coronavírus.