sábado 23 de novembro de 2024

Estudo estima número de infectados e mortos pela Covid-19 em Maceió

3 de abril de 2020 9:03 por Marcos Berillo

Doença que faz vítimas em todo o mundo pode infectar quase 1 milhão em Maceió | Xinhua/Chen Jing

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fizeram uma simulação, em computador, para demonstrar como será o surto de Covid-19 em Alagoas. Chamado Relatório Covid, o estudo considerou “a dinâmica de cada município do Estado e a mobilidade de pessoas entre eles”.

Ao divulgarem o relatório, os pesquisadores explicaram que o intuito é ser capaz de prever em cada município os números de infectados, demanda de leitos de UTI e óbitos nas próximas semanas.

Começando por Maceió, cuja população é de 1.021.698 habitantes, a simulação revela números diferentes entre dois cenários – com e sem isolamento social. Num quadro de isolamento, Maceió terá 875.760 pessoas infectadas, ou seja, com capacidade de transmitir a doença. Nesse cenário, o coronavírus terá pico de 134 dias. Num cenário sem isolamento, o número de infectados chega a 980.790 pessoas, com pico de 80 dias.

De antemão, alertam os estudiosos da Ufal, os primeiros resultados apontam para um desafio gigantesco nos próximos meses. Ressaltando que infectados não significam doentes, mas sim pessoas que transmitem a doença, o Relatório Covid permite que se estime números de pessoas que serão hospitalizados em leitos normais e em UTIs.

“Em uma primeira aproximação, estima-se com base nos dados coletados até o momento que 4% da população infectada precisará de leitos hospitalares e que um pouco mais de 1% precisará de UCI (UTI com respiradores). Destes, 50% estima-se que irão morrer”, dizem os pesquisadores, na introdução do documento.

Significa, diz o relatório, que com isolamento, quase 86% da população de Maceió será infectada. Sem o isolamento, o número de infectados sobe para 96%. O grave, porém, é que sem isolamento, 4% dos 980.790 infectados, ou seja, 39.231 pessoas, serão internados. Desse total, 392 (equivalente a 1% dos internos) precisarão de UCI (unidade de tratamento com respirador artificial). Estima-se que metade dos que precisarão de respirador (196 pessoas), irão morrer.

O estudo apresenta resultados em dois cenários. Naquele sem supressão de fluxo, ou seja, sem isolamento social, a população mantém a circulação normal dentro das cidades e há uma pequena redução (de 30%) do fluxo de pessoas entre as cidades. A previsão é que “vários municípios simultaneamente apresentem um aumento acelerado do número de pessoas infectadas”. Esse elevado número de pessoas infectadas pode provocar um colapso no sistema público de saúde e, consequentemente, uma alta taxa de mortalidade, alerta a pesquisa e simulação.

Num cenário com supressão de fluxo, ou seja, com isolamento social, a população entra em quarentena com redução de 30% da circulação dentro das cidades e uma redução de 90% na circulação entre as cidades. “Espera-se que haja uma redução no número de infectados e redução da quantidade de municípios afetados pela pandemia. Há uma grande redução no pico de casos, de forma que menos pessoas ficarão sem o atendimento médico em casos de necessidade. Desta forma podemos perceber que a quarentena é de vital importância para mitigar o efeito do coronavírus sobre a população”. afirmam os estudiosos.

A simulação será encaminhada aos gestores públicos, “com previsões matemáticas capazes de orientar os efeitos de medidas públicas não-farmacêuticas de contenção da epidemia, tais como quarentena em municípios específicos ou limitação de circulação em cidade e rodovias”.

No período de pico, num cenário com isolamento, 202 mil pessoas serão infectadas simultaneamente. Sem as medidas de supressão de fluxo, ou seja, sem isolamento social, 339 mil pessoas serão infectadas ao mesmo tempo, em Maceió. “Notamos um claro achatamento da curva epidemiológica devido às medidas de supressão adotadas”, diz o texto do relatório.

Os estudiosos afirmam ainda que, com dados atualizados da epidemia em Alagoas (mobilidade urbana, taxa de infectados, testados e suspeitos), o modelo será melhorado, contemplando os bairros de Maceió.

A equipe de pesquisadores tem a seguinte composição:

Prof. Dr. Adriano Barbosa – FACET/UFGD Prof. Dr. Bruno Pimentel – IC/UFAL Prof. Dr. Fernanda Matias – IF/UFAL Prof. Dr. Francisco Moura – IF/UFAL Prof. Dr. Krerley Oliveira – IM/UFAL Prof.Dr. Marcelo Lyra – IF/UFAL Prof. Dr. Rodrigo Prof. Dr. Rafael Nóbrega – IM/UFAL Prof. Dr. Sérgio Lira IF/UFAL Prof. Dr. Thales Vieira – IC/UFAL Profa. Dra. Xu Yang (IC/UFAL) Prof. Dr. Yuri Saporitto – FGV/RIO Jéssika Rocha – LED/UFAL, com a colaboração do Prof. Dr. José Garcia Vivas (DF/UFBA).

Acesse o arquivo:

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