8 de abril de 2020 5:17 por Marcos Berillo
Um projeto encaminhado ao Governo do Estado pela Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila/ Maceió) pode assegurar 50% do salário mínimo vigente aos catadores de material reciclável.
Duramente atingidos pela pandemia Covid-19, esses trabalhadores estão enfrentando sérias dificuldades de sobrevivência, pois sua atividade também está suspensa pelo decreto de emergência que estabeleceu o isolamento social em todo Estado.
Para minimizar a situação de penúria, a Coopvila e as outras 24 cooperativas e associações de catadores existentes no Estado cobram do governador Renan Filho uma ação efetiva para assegurar renda a essas famílias. O movimento é no sentido de que seja concedida uma bolsa-auxílio, no valor de 50% do salário mínimo vigente, para todos catadores de recicláveis que participem de alguma cooperativa e/ou associação.
O auxílio proposto, de meio salário mínimo, poderá ser custeado pelo Fundo de Erradicação e Combate a Pobreza do Estado de Alagoas (Fecoep), pelo prazo de três meses. A estimativa é que o auxílio custe pouco mais de R$ 545 mil.
Em Alagoas estão organizadas 25 cooperativas, com cerca de 350 trabalhadores. Estes, por sua vez, são responsáveis pelo sustento de pelo menos 1.400 pessoas, total estimado de familiares dos catadores (estimativa de 4 pessoas por família). Na justificativa da proposta, já entregue ao secretário de Trabalho e Emprego, Arthur Jessé Mendonça de Albuquerque, a Coopvila argumenta que a pandemia levou à suspensão da atividade dos catadores, uma medida necessária já que o combate ao coronavírus é o isolamento social.
Continuar nas ruas fazendo a coleta de recicláveis implica em risco tanto para os cooperados, seus familiares e moradores de suas comunidades, quanto para a população. Diante desse risco, a continuidade da coleta seletiva se tornou inviável. Mas, lembra a Coopvila no projeto que encaminhou ao governo, os catadores precisam comer e manter suas famílias. “São trabalhadores em situação de vulnerabilidade social e econômica, que têm sua renda oriunda da comercialização de recicláveis” – afirma o texto.
“A cadeia produtiva da reciclagem já é bastante excludente em relação a valorização do trabalho do catador de materiais recicláveis. Com a expansão da pandemia do coronavírus, as cooperativas e associações de catadores tem suspendido a realização da coleta seletiva nas cidades em que realizam, pois os catadores estão diariamente nas ruas, lidam com o público diretamente e manipulam objetos que podem está contaminados.” – diz o texto da justificativa.
Nesse momento da pandemia, estão sujeitos ainda mais à miséria, devido à diminuição da produção e a dificuldade para comercializar os materiais. Daí a necessidade de criação em caráter emergencial de políticas públicas mitigadoras.
O projeto que está nas mãos do secretário do Trabalho, Arthur Albuquerque, deverá beneficiar as seguintes entidades de recicladores:
Cooperativa de Recicladores de Alagoas – COOPREL Maceió; Cooperativa de Recicladores de Alagoas Und. Benedito – COOPREL BB Maceió; Cooperativa dos Catadores da Vila Emater – COOPVILA Maceió; Cooperativa de Recicladores de Lixo Urbano de Maceió – COOPLUM Maceió; Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis São José – ASCAMARE Coruripe; Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de São Miguel dos Campos- ACAMARE; Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Campo Alegre –; Associação dos Resíduos Sólidos de Arapiraca – ASCARA; Associação dos catadores de matérias recicláveis de Mangabeiras – ASCAMAN Arapiraca; Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Palmeira dos índios – ACAMRPI; Associação dos Catadores de Delmiro Gouveia-AL – ASCADEL ; Associação de Catadores e Recicladores do Município de Piranhas – ASCARPI; Associação dos Recicladores de Quebrangulo – AREQUE; Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Marechal Deodoro – COOPMAR; Associação de Catadores e Recicladores de Poço das Trincheiras – ACRTPT; Associação de Catadores e Recicladores Alagoanos – ASCRA Inhapi; Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Igaci; Associação de trabalho dos Catadores de Craíbas – ACRTPT ; Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de São José da Tapera AL – ASCMART ; Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Maragogi – UNIRECICLA; Cooperativa Alagoana do Catadores de Materiais Recicláveis do Litoral Norte – (COOPERNORTE) Japaratinga; Associação de Catadores de Coité do Nóia – ASCACN; Associação de Catadores de Recicláveis de Roteiro – ASCARR; Recicladores e recicladoras de Joaquim Gomes-AL – ASRECIJOG; Associação dos Catadores de Recicláveis de Rio Largo (COOCRIL).