28 de abril de 2020 6:54 por Marcos Berillo
Revolta e dor. Sentimentos que uma mulher expressa por não ter velado a própria mãe, morta por problemas cardíacos no Hospital Geral do Estado (HGE) no último domingo, 26.
Indignação porque, segundo ela, a despedida poderia ter sido diferente. É que, em tempos de pandemia, os enterros ocorrem sem velório e com caixão lacrado.
“Eu tenho um papel carimbado pela doutora (não consegue ler o nome da médica), mostrando que minha mãe faleceu com doença do coração”, diz. Segundo ela, no HGE, foi atendida com agressividade pela recepcionista e a seguiu até o local onde estavam vários corpos. “Ela chegou em cima do corpo da minha mãe e botou escrito, à mão, como Covid-19” relatou, aos gritos.
Assista:
Procurada, a assessoria do HGE esclareceu os procedimentos, deixando a entender que tudo não passou de um mal entendido:
“O Hospital Geral do Estado (HGE) esclarece que na declaração de óbito da usuária Petrúcia Maria da Silva, de 61 anos, falecida no último dia 26, às 22h, não recebeu diagnóstico de Covid-19. Entretanto, conforme as orientações do Ministério da Saúde, os cuidados para sepultamento devem seguir as recomendações referentes ao manejo de corpos no contexto do novo coronavírus”.
Faltou comunicação. Uma simples informação, passada no momento certo, poderia ter poupado a família e a própria Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de tanto estresse.