28 de setembro de 2023 6:43 por Mácleim Carneiro
O caldeirão da cultura caeté encontra ambiente propício em latitudes de alta temperatura.
É o caso da cidade de Pão de Açúcar, as margens do velho Chico, no semi-árido alagoano, cuja temperatura ultrapassa tranquilamente aos 40° e dizem que chega a ser a terceira cidade mais quente do país.
Pois bem, foi de lá que veio, como um presente açucarado, o show ‘Cantigas do Sertão’ (foto), com Jurandir Bozo e Os Bambas de Pão de Açúcar, para merecimento do seleto público presente na 15ª edição do Teatro Deodoro é o Maior Barato.
O show foi uma homenagem à família dos Bambas, representada com brilhantismo pelo Mestre Laércio de Bamba e seus irmãos, tradicional família sertaneja, cuja cultura é passada de pai para filho.
Jurandir Bozo, fazendo as honras da casa, em sua fala, disse: “o show é para os que vieram antes de nós”.
A quentura de Pão de Açúcar não tomou conhecimento dos 241 km que nos separa e, àquela altura, apoderou-se do palco para fazer ferver o espetáculo e seu comandante.
Este, generosamente, abriu o baú do métier e nos deu uma aula performática das sutilezas do Coco de Roda.
Jurandir Bozo abriu o coração e revelou sua saudade e gratidão ao Mestre Verdelinho, de saudosa memória, que, entre tantos ensinamentos, e do alto da sua frágil compleição física, deixou um que o gigante Jurandir Bozo não esquece:
“Respeitar o conhecimento do outro”.
Era hora de encerrar a função e ouviu-se o canto um tanto triste e solene que dizia: “retirada meu bem/ acabousse nossa função.”
De lá das plantações de arroz de Pão de Açúcar, inconscientemente, fez-se a despedida com a lama dos alagados introjetada em de cada um, fertilizando e alimentando a alma da cultura popular que nos habita.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!????????????