12 de maio de 2020 5:11 por Thania Valença
Com atividades suspensas por força de decreto estadual, até o dia 20 próximo, motoristas de transportes complementares fizeram um protesto na manhã desta terça-feira, 12, no município de Arapiraca, reclamando sérias dificuldades de sobrevivência. Diante do isolamento imposto pela pandemia Covid-19, eles querem apoio do governador Renan Filho (MDB).
A categoria quer uma linha de crédito de R$ 15 mil, dinheiro que será usado no pagamento de dívidas, principalmente com as prestações dos veículos que adquiriram para entrar no sistema de transporte complementar.
Depois do ato em Arapiraca, o Sindicato dos Transportadores Complementares dos Passageiros de Alagoas (Sintramcomp/AL) se organiza para uma nova manifestação, desta vez em Maceió. O protesto na capital está previsto para a próxima terça-feira, 19.
O roteiro, que prevê a passagem da carreata pelas avenidas Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima, duas das principais vias de trânsito de Maceió, seguindo em direção ao Centro até ser finalizada no estacionamento do bairro de Jaraguá, será votado em assembléia virtual da categoria.
“Uma reivindicação que apresentamos é o governo nos assegurar uma linha de crédito nos mesmos moldes que foi oferecida aos artesãos” – disse Maecio Ferreira, presidente do Sindicato dos Transportadores Complementares. Na proposta que enviou por ofício ao governador Renan Filho, Maecio pede que o pagamento desse crédito seja em 36 parcelas, com seis meses de carência e sem consulta aos órgãos de proteção ao crédito. “Muitos estão negativados por prestações do carro vencidas. Se for consultar, não conseguem empréstimo” – explicou o presidente do Sintramcomp.
Segundo Maecio Ferreira, a única ajuda do governo até agora foi com 2.500 cestas básicas, distribuídas entre cobradores e motoristas. “Uma cesta básica dura em média uma semana. E depois?” – indaga ele. O dirigente sindical diz que a categoria não está querendo descumprir o decreto de isolamento, pois isso não ajudaria no combate ao coronavírus, mas “não há como enfrentar as dificuldades sem ajuda do governo”.
Os complementares reclamam ainda que não estão podendo trabalhar, mas vêem o transporte irregular de passageiros entre municípios acontecendo sem fiscalização.
FISCALIZAÇÃO
Diante da reclamação, o diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal), Ronaldo Medeiros, afirmou que a agência tem feito o possível para coibir o transporte clandestino, com a apreensão de 20 a 30 carros diariamente.
Ele ressalta que, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AL), a Arsal mantém um posto de fiscalização em todas as entradas e saídas de Maceió, além de postos móveis em vários municípios.