27 de novembro de 2023 12:49 por Geraldo de Majella
O prefeito de Maceió, JHC (PL), perdeu uma batalha contra o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que apoiou com recursos financeiros a organização da 21ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ realizada na capital. O Grupo Gay de Alagoas (GGAL), que recebeu o apoio de Dantas, coordena o evento na cidade.
O presidente do GGAL, Nildo Correia, foi surpreendido com o bloqueio realizado pela Guarda Civil de Maceió, antes do início da Parada, respaldado por uma decisão judicial que proibia o início do evento a partir do Marco dos Corais, na Ponta Verde, com o final em Jaraguá.
A Prefeitura de Maceió iniciou uma batalha de liminares para impedir a Parada Gay de sair do local previamente definido. A luta foi vencida pelo Grupo Gay de Alagoas que recebeu a autorização do Judiciário para realizar a 21ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ a partir do Marco dos Corais.
Esse fato merece ser analisado por diversos ângulos. Um é o aceno claro aos evangélicos que, em grande medida, apoiou JHC e cujas principais lideranças são seus cabos eleitorais. Algumas igrejas alugam horários nas emissoras de rádios e estação de televisão do prefeito JHC e de sua família.
O enfrentamento com o governador pode ser uma possibilidade secundária, mas, não menos relevante. Como a disputa eleitoral está em curso, manter o tensionamento entre a prefeitura e o governo estadual faz parte da estratégia de JHC.
Os embates na área cultural têm acontecido com frequência. O penúltimo foi com o desfile de Bumba Meu Boi, onde a prefeitura havia garantido à Liga do Bumba Meu Boi custear o desfile, mas, voltou atrás. O governador recebeu os dirigentes da Liga e garantiu os recursos negados pelo Município. No momento seguinte, a Prefeitura de Maceió, por meio do secretário de Cultura e Economia Criativa, Cleber Costa, anunciou que a municipalidade também custearia o evento.
O carnaval de 2023 também teve disputa entre a prefeitura e o governo. Essas atitudes são desagregadoras no sentido de que, durante a gestão municipal, nunca houve interesse de estruturar políticas públicas na área cultural.
Artistas locais são desprezados
Dezenas de milhões de reais são destinadas a pagamentos de cachês milionários para artistas famosos, no entanto, os artistas locais estão mendigando o pagamento de cachês humilhantes que vão de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00, referentes às festas juninas.
Na disputa política travada entre o prefeito JHC e os gays alagoanos, venceu a liberdade de manifestação, garantia consagrada na Constituição brasileira.
Fica o exemplo para o próximo ano, quando será realizada a 22ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+. O Grupo Gay de Alagoas, como o organizador e principal ator político da comunidade, foi obrigado a reagir à censura e à homofobia institucional.
Vitória política da comunidade LGBTQIAPN+, da sociedade alagoana e da democracia!
1 Comentário
JHC não valoriza os valores locais , da cultura ou outras areas, apenas usa o povo da periferia de Maceió e evangélicos para computar votos