6 de dezembro de 2023 9:18 por Mácleim Carneiro
Capa dura, quase um livro de bolso, grandioso em suas proporções estéticas ao manejo e estilísticas à leitura, beleza visual e fruição. Vinte e um anos após sua primeira edição, o livro Hai – Quase, essa felicíssima parceria entre os poetas Fernando Sérgio Lyra e Sidney Wanderley (que também comungam a fartura de ípsilones) voltou adulto e vestido para matar. Como se não bastasse a meta linguagem de si mesmo, onde a poesia vai muito além da forma, as belíssimas fotos monocromáticas de Juarez Cavalcante, as fotos coloridas do acervo histórico de Sidney Wanderley e o sóbrio e elegante projeto gráfico e diagramação de Fernando Rizzoto, conferem à essa edição uma maturidade e equilíbrio irretocáveis, se não pensados, ao menos executados com primazia.
O encantamento acontece fluído, página após página, e o “Quase” não se estabelece, posto que o pleno se faz guia, preenchendo os espaços imaginários até onde nem espaços há. Aliás, a apresentação é dupla, pelos moldes acadêmicos e poéticos dos escritos primorosos dos poetas e mestres Hildeberto Barbosa Filho e Fernando Fiúza, paraibano e alagoano, respectivamente, que não deixam margens para qualquer comentário impertinente de leitores afoitos e atrevidos como eu.
Como um jantar de fino trato, onde acontece a entrada, o prato principal e a sobremesa, regado a sabores apetitosos, distintos e complementares, ao final, Sidney Wanderley nos brinda com deliciosas crônicas iconograficamente ilustradas, tudo em porções francesas, que não saciam, mas contentam plenamente, na medida de um porvir. Sem me atrever a mais nenhum comentário, fico com o que escreveu o poeta Fernando Fiúza: “Hai – Quase é um livro leve e azul”.
bert!