25 de maio de 2020 12:46 por Geraldo de Majella
João Édson de Barros é o nome que foi registrado, mas pouca gente o conhece com esse nome. Tornou-se conhecido para o grande público como Joãozinho Paulista. Nasceu em Piracicaba (SP), no dia 3 de outubro de 1956. A vida de menino no interior, brincando com a bola, o encaminhou para o futebol, sua paixão e a bola a sua maior companheira.
O início da carreira foi nas divisões de base do XV de Piracicaba, onde despontou para brilhar nos clubes do Brasil. Em 1976, com 19 anos, Joãozinho veio jogar no CRB. Quem o indicou ao CRB foi o ex-árbitro José de Assis Aragão, que também indicou o ponteiro Ditinho, grande parceiro de Joãozinho no ataque daquela primeira temporada.
A sua primeira temporada no CRB o consagrou como o artilheiro do campeonato alagoano, com 21 gols. A diretoria, os jogadores e a crônica esportiva o consideram o principal responsável pelo título de 1976, principalmente pelos gols nos “clássicos das multidões”, como são chamados os jogos entre CRB e CSA.
O experiente lateral e capitão Valdir Espinosa disse a respeito do goleador: “Quem tem Joãozinho, tem tudo”. Em seu primeiro clássico contra o CSA, na decisão do segundo turno, Joãozinho marcou os três gols da vitória do CRB. O resultado foi 3 a 2.
No terceiro turno, novo “clássico das multidões” e nova vitória do CRB, desta vez com um placar modesto, de 1 a 0, gol de Joãozinho.
E na grande decisão do campeonato, Joãozinho mais uma vez marcou todos os gols da vitória do CRB. A vitória foi de virada, 2 a 1, e o Galo sagrou-se campeão.
Joãozinho na primeira temporada como profissional em Alagoas e com o seu “faro” de gols despertou de imediato o interesse do Internacional de Porto Alegre. Em 1977 é transferido para o Inter; ficou alguns meses, e o seu passe foi vendido para o Atlético Mineiro, contratado para substituir o maior ídolo do Galo Mineiro e um dos maiores goleadores do Brasil, Reinaldo. Joãozinho Paulista fez uma boa campanha pelo clube no Brasileirão de 1977.
Na decisão do campeonato brasileiro, perdeu um pênalti na final, o que, para um atacante, é uma condenação sob qualquer aspecto. Infelizmente, Joãozinho Paulista perdeu um dos três pênaltis ‒ os outros foram perdidos por Toninho Cerezo e Márcio ‒ na final contra o São Paulo. O Tricolor paulista perdeu dois, com Chicão e Getúlio, mas venceu por 3 a 2, após empatar por 0 a 0 no tempo normal. Comemorou o título nacional em pleno Mineirão.
O título de vice-campeão brasileiro não é para ser desprezado. Os que se sagraram vice-campeões serão sempre lembrados pela crônica esportiva e pelos torcedores e entram para a história do clube.
A sua trajetória como atleta profissional é longa, tendo jogado em vários clubes brasileiros e estrangeiros, mas foi no CRB que se tornou um ídolo e o maior artilheiro da história do clube. Marcou 190 gols e foi artilheiro do campeonato alagoano de 1976, com 21 gols, de 1982, com 23, e de 1984, com 34 gols, um recorde até então, só sendo superado em 1995, pelo atacante Inha, também do CRB, que fez 37 gols.
A sua vida esportiva ficou definitivamente marcada com as cores alvirrubras. Em 2007 foi convidado pela diretoria para ser auxiliar técnico do CRB.
Os três grandes centroavantes que vi jogar não me saem da memória: Canavieira, Reinaldo e Joãozinho Paulista. De estilos diferentes, mas todos com a marca do que o torcedor gosta: o gol. Os três sabiam fazer gols e deram muitas alegrias à torcida alvirrubra da Pajuçara.
Escalação do campeão e vice-campeão de 1976.
CRB: César; Espinosa, Pires, Fifi e Flávio; Deco, Alex (Ditinho) e Gilmar (Antônio Carlos); Roberval, Joãozinho Paulista e Silva. Téc.: Jorge Vasconcelos.
Vice-campeão
CSA: Paulo Sérgio; Oliveira, Bibiu, Zé Preta e Rogério; Tadeu (Carioca), Valdeci e Bruno (Jorge Siri); Ênio, Almir e Gaspar. Téc.: (carece de informação)