5 de março de 2024 12:43 por Da Redação
A capital alagoana vai enfrentar pelos próximos 10 anos, novos tremores e rachaduras, consequências do crime provocado pela multinacional Braskem. A afirmação é do ambientalista, ecólogo e professor José Geraldo Marques, uma das autoridades ambientais do Estado, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal, que investiga o afundamento do solo em cinco bairros de Maceió.
O ambientalista foi o primeiro depoente da CPI. Na sua explanação, na manhã desta terça-feira, 5, José Geraldo Marques fez uma retrospectiva da atuação da Braskem, revelando que a descoberta do sal-gema, o minério explorado pela multinacional, se deu por acaso, quando se procurava fontes de petróleo na cidade.
Ressaltando que seu depoimento é fundamentalmente como cientista, o professor afirmou que sua casa foi invadida e todos os documentos e arquivos que tinha sobre a Braskem desapareceram. “Foi uma invasão seletiva” – afirmou, mostrando imagem de sua biblioteca totalmente revirada.
E garantiu: “Não vou parar!”.
O professor Geraldo Marques disse ainda que não estava fazendo acusações, mas deixou claro que os que roubaram seus documentos poderão ser surpreendidos já que tem uma caixinha secreta, onde guarda informações sobre o trabalho de pesquisa e investigação que realiza há quatro décadas.
Segundo ele, a mineração jamais deveria ocorrer na região da lagoa Mundaú, por sua fragilidade ambiental. “A exploração do sal-gema foi absolutamente incompatível com a geologia da área” – disse José Geraldo, aos senadores que integram a CPI da Braskem.