19 de junho de 2024 7:03 por Da Redação
O cantor, compositor e escritor Chico Buarque (1944), desde o início de sua carreira, na segunda metade da década de sessenta, conquistou o público com talento, inteligência e brilho. A crítica o recebeu desde quando ainda era estudante de arquitetura como um prodígio que se apresentava no rádio, na televisão e nos festivais de música popular.
A trajetória que percorreu como cantor e compositor, entremeada com a de dramaturgo e escritor, é um caso único ou raro no Brasil. O artista popular, com engajamento político durante a ditadura brasileira (1964-1985), conquistou corações, sendo ao mesmo tempo ovacionado pelos fãs e pelo mundo letrado. Ele foi censurado e perseguido pelos militares, sendo obrigado a se autoexilar na Itália.
O Brasil superou o fascismo em 1985, a liberdade e a democracia foram reconquistadas com a participação de Chico Buarque e de muitos outros artistas e patriotas. A ascensão do fascismo liderado por Bolsonaro ao poder estruturou na internet redes de Fake News. Chico Buarque voltou a ser vítima de orquestrações fascistas – não só ele, mas a cultura, as artes e a ciência foram alvejadas pelas asquerosas milícias digitais e por políticos de extrema-direita.
Atacar um ícone que, durante 60 anos, se mantém íntegro na defesa da democracia e da liberdade passou a ser o objetivo dos fascistas. A força moral, a elegância, o bom humor e, mais ainda, as ações judiciais impetradas pelo cantor foram as armas utilizadas na guerra suja.
Chico Buarque, que completa 80 anos hoje, 19 de junho, é um acontecimento para ser festejado nos botequins, restaurantes e nas ruas por todos que gostam de música, teatro, futebol, literatura, arte e ciência, e defendem a democracia e a liberdade. Longa vida, Chico Buarque!