5 de agosto de 2024 8:07 por Geraldo de Majella
Quem ganha e quem perde com a confirmação da vereadora Gaby Ronalsa (PV) como vice-prefeita na chapa do deputado Rafael Brito (MDB)?
Quem perde é o PT e quem ganha é Rafael Brito. A vereadora é ultraconservadora, a sua agenda política tem sido marcada pelas pautas bolsonaristas, sendo ela na Câmara uma voz contrária aos direitos de crianças, adolescentes e mulheres adultas estupradas fazerem o aborto garantido por lei desde a década de 1940. Essa é a pedra de toque da sua ação parlamentar.
Brito, com Gaby na chapa, tem a possibilidade de buscar votos mais conservadores. É uma aposta. O candidato do MDB também ganha o apoio do PT com o valioso tempo de televisão e rádio.
O PCdoB e o PV ganharam em não dificultar a escolha de Gaby Ronalsa.
Já o PT perdeu a oportunidade de apresentar um nome filiado à sua legenda para compor a chapa majoritária como pretendiam os emedebistas, tendo à frente Renan Calheiros.
A derrota é política e ideológica pela entrada da vereadora Gaby Ronalsa na chapa, nome que não havia sido cogitado durante as rodadas de negociações entre os partidos.
A aliança entre o PT e o MDB se mantém, as rusgas públicas entre o deputado Paulão e o senador Renan Calheiros, em breve, serão superadas. A relação entre o PT e o governador Paulo Dantas segue normal.
Lição que fica
O PT diferencia as alianças políticas eleitorais no interior e em Maceió, é razoável que seja assim, considerando as características de cada município, a inserção eleitoral. Essa é uma perspectiva pragmática na essência.
Em Maceió o que está em jogo é o “pragmatismo misto”, submetido ao confronto das tendências internas. Os argumentos ou a falta deles para o PT retirar a candidatura do advogado Ricardo Barbosa e indicar o nome do vice na chapa de Rafael Brito imobilizou o PT.
A luta interna é a força-motriz que tem levado o PT em Alagoas ao isolamento político. É uma constatação antiga, mas que permanece atual. Quase imutável. Os contendores de certo não conseguem perceber que estão praticando haraquiri, um tipo de suicídio tradicional do Japão, uma forma de morrer de maneira “honrosa”.
A imagem que fica em tempos de Jogos Olímpicos é como se o PT fosse competir no judô, mas, não se preparou técnica, física e psicologicamente para competir, perdendo a luta por ippon. O judô é um esporte que enfatiza a técnica sobre a força bruta.
Os competidores buscam projetar, imobilizar ou submeter seus oponentes, ganhando pontos ou finalizando a luta.
Definição de ippon
Um ippon ocorre quando um lutador projeta seu oponente de costas no tatame com considerável força e controle. Para ser considerado um ippon, a projeção deve ter os seguintes elementos:
- O lutador que está sendo projetado precisa cair de costas, com o torso inteiro tocando o tatame. Não pode ser apenas parte das costas.
- A projeção precisa ter força, velocidade e controle. Se o lutador simplesmente cair para trás sem uma técnica clara, não será ippon.
- Após a projeção, o lutador precisa ter controle sobre seu oponente ao mantê-lo no chão por pelo menos alguns segundos. Soltar o oponente imediatamente pode anular o ippon.
- A técnica de projeção precisa seguir as regras do judô. Por exemplo, não pode haver agarramento abaixo da cintura.
Em resumo, o ippon é o equivalente a um nocaute ou um touchdown.