A extrema-direita mundial e a brasileira vêm protestando contra o resultado das eleições na Venezuela. O presidente Nicolás Maduro não apresenta as “atas” das sessões eleitorais. Esse tem sido o bordão de entidades, partidos e governos, inclusive, parte dos governos considerados democráticos que não reconhecem a eleição de Maduro. A acusação é de que houve fraude eleitoral.
O sistema eleitoral da Venezuela é seguro como atentam técnicos da área, assim como o sistema eleitoral brasileiro. Ambos são informatizados, portanto, com baixa possibilidade de fraude.
As eleições brasileiras são seguras e invioláveis, apenas os extremistas derrotados duvidam. Há, pelo menos, dois casos esdrúxulos nesse sentido: Jair Bolsonaro e um candidato derrotado a governador de Alagoas, o bilionário João Lyra (1931-2021), que no passado contestou as eleições e chegou a contratar peritos para provar que houve fraude nas eleições que ele disputou e foi derrotado por Téo Vilela. Ele não conseguiu provar nada.
E se observadores da ONU ou de entidades internacionais viessem a Maceió para fiscalizar o processo eleitoral, o que encontrariam? Não falo das urnas, estas são hiperseguras, mas, das organizações de cadastros, distribuições de benesses com o objetivo de comprar votos e também as coações em bairros e grotas da cidade comandados por policiais, ex-policiais, agentes do tráfico, vereadores e candidatos milionários com participação ativa de religiosos de diversas denominações que estão a serviço da corrupção eleitoral.
As eleições em curso passariam pelo crivo da lisura e podem ser consideradas democráticas? Esse tipo de ação externa configura fraude eleitoral em qualquer país dito democrático. Todas as formas de corrupção que visam à compra do voto fazem parte do processo de deformação da democracia representativa em nosso país.
O resultado eleitoral com origem nesse tipo de prática é fraudulento e não é contestado. Os reflexos da corrupção eleitoral no Brasil mostram a sua face mais perversa, com a apropriação do Orçamento da União, que desceu até os municípios.
O exemplo de Maceió pode ser ampliado para outras capitais, à exceção do Rio de Janeiro que se situa na linha do domínio de organizações criminosas instaladas nos três poderes do Estado.
Não será surpresa se Maceió entrar no roteiro das milícias e das organizações criminosas com assento no parlamento.
Observadores internacionais não virão, mas, se a Polícia Federal realizar o combate à fraude eleitoral, parte considerável da Câmara Municipal de Maceió será levada ao xadrez da PF.