13 de outubro de 2024 12:28 por Da Redação
O resumo da ópera poderia ser: nunca acredite no que revela um poeta! Sobretudo, quando o poeta é, de fato, um poeta. Em outras palavras, não acreditei quando o poeta e pensador da megalópole da Zona da Mata apregoou, aos quatro cantos alhures de Viçosa, que havia, deliberadamente, decretado sua aposentadoria da poesia como ofício. Por outro lado, Sidney Wanderley, em seu mais recente lançamento, “Poesia etc.”, ratifica seu propósito, porém, apenas quanto à forma, pois fica evidente que um poeta como ele não vai à prosa sem a poesia.
Em “Poesia etc.” o bardo da ‘Atenas alagoana’ estabelece um grau intermediário entre a prosa e a poesia, nas proporções em que o budismo tibetano define o bardo como um estado intermediário entre a vida e a morte. E como o poeta Sidney Wanderley jamais terá o prefixo ex em sua biografia, ele trata de esclarecer, em ‘A Hora do Recreio’, que, em “Poesia etc.”, “tudo gira em torno do universo da poesia, sugerindo leituras e autores”.
Profundidade Assertiva
Da Pedra Centenária ao Anjo e Poeta Gonzaga Leão, “Poesia etc.” foi urdido em 48 tomos, que não permitem a mínima possibilidade da sombra de uma linearidade enfadonha, pois o roteiro traçado nessa viagem proposta por Sidney Wanderley vai do riso fácil à reflexão imprescindível, passando pelo altruísmo do autor que, além do foco nos poetas de sua refinada preferência mundo afora, dedica um tantinho do seu olhar e escólios a artistas apolíneos, como Belchior e John Coltrane.
Aliás, como o autor afirma em ‘Janela de Ônibus, Janela de Trem’, “as grandes viagens são aquelas que fazemos para dentro de nós mesmos”. E Sidney Wanderley nos faculta toda a profundidade dessa assertiva. Ou ainda, “os melhores versos são aqueles sonhados e não escritos; eles nos garantem uma hipotética imortalidade”. Então, o meu convite não poderia ser outro: embarquemos nessa viagem, com todo etc. e tal, que o grande Sidney Wanderley nos oferta.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!