28 de janeiro de 2025 4:27 por Da Redação

A coluna de Elio Gaspari no jornal O Globo, publicada no domingo (26), trouxe detalhes reveladores sobre os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que está colaborando com as investigações a respeito dos planos golpistas articulados após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.
Os depoimentos, mantidos sob sigilo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, começaram a vir à tona. O primeiro deles, datado de 28 de agosto de 2023, tem seis páginas e menciona mais de 20 pessoas envolvidas nos eventos golpistas que ocorreram após a derrota de Jair Bolsonaro.
O tenente-coronel Mauro Cid revelou à Polícia Federal que existiam três grupos distintos ao redor de Jair Bolsonaro, cada um com visões e estratégias diferentes sobre como lidar com o resultado das eleições.
Com exceção do almirante Garnier, comandante da Marinha, que apoiava a ideia de um golpe, os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram contra. Ainda assim, Bolsonaro persistiu em duas hipóteses: a primeira, tentar encontrar provas de fraude nas eleições; a segunda, convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado.
Entre os três grupos de golpistas, o terceiro era composto por figuras como os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, os senadores Jorge Seif e Magno Malta, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o general Mário Fernandes. Segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também fazia parte desse grupo.
Gilson Machado, o sanfoneiro
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi apontado pelo ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, como um dos mais próximos a Jair Bolsonaro e também como uma das figuras mais radicais do grupo. Machado é proprietário de uma pousada em São Miguel dos Milagres, no litoral norte de Alagoas, um dos destinos turísticos frequentes do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Machado, que também é músico, participou de diversas lives do ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, onde costumava tocar sanfona, destacando-se como uma figura próxima e fiel ao ex-presidente.