9 de julho de 2020 10:36 por Geraldo de Majella
A artista plástica Tânia de Maya Pedrosa nasceu em Maceió, na elegante Rua do Imperador, no dia 23 de outubro de 1933, filha do casal Paulo de Ramalho Pedrosa e Benita Mathilde de Maya Pedrosa. Estudou no Colégio Santíssimo Sacramento, em Maceió, onde fez os cursos científico e pedagógico. No Rio de Janeiro iniciou o curso de Letras na Faculdade de Filosofia, Letras e Artes, mas não chegou a concluir. Casou com o bacharel e empresário Napoleão Moreira, fato que mudou o rumo de sua vida; foi morar no interior de Alagoas, na cidade de Capela.
Sua carreira acadêmica é interrompida; anos depois, volta a estudar, mas desta vez ingressa no curso de Direito. Gradua-se, mas não exerce a profissão. Ao retornar, agora casada, ao Rio de Janeiro para morar com a família, faz uma pós-graduação, em Direito Empresarial, na Faculdade Cândido Mendes.
A artista plástica passou a adquirir arte popular quando veio morar em Capela. Nesse período, começa a formar a sua coleção de arte popular, inicialmente, indo até a cidade de Caruaru (PE) para comprar obras de arte de artistas populares. Naquele momento, eram peças de cerâmica.
Os anos se passaram e Tânia Pedrosa se constituiu numa das mais importantes artistas plástica naïf do país, com obras referenciadas em consagrados salões de arte no Brasil e no mundo. Suas obras estão no acervo do Musée des Beaux Arts Carcassonne; Museu Internacional de Arte Naïf, no Rio de Janeiro; Coleção Céres Franco, Lagrasse, França; Representação da Unesco no Brasil, Brasília; Casa do Brasil, Embaixada Brasileira na Espanha, Madri, onde realizou uma exposição em outubro de 2000; Centre Regional d’Art Contemporain Château Du Trembley, Fontenoy, França; Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares; Acervo SESC São Paulo; Galerie Pro Arte Kasper, Morges, Suíça; Musée de la Creation Franche, Begles, França; Museu do Sol, Penápolis, São Paulo; Embaixada do Chile no Brasil, Brasília; Superior Tribunal de Justiça, Coleção Ministro Humberto Gomes de Barros, Brasília; e Casa da Arte da Garça Torta, em Maceió
A coleção de Arte Popular de Tânia Pedrosa é certamente uma das maiores do Brasil; parte do seu acervo se encontra sob a guarda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Maceió. O acervo tem peças de grandes mestres nordestinos, como Vitalino, Manoel da Marinheira e seus filhos, Severino e Antônio, Fernando Rodrigues e muito outros.
O acervo de Tânia Pedrosa pode ser dividido em coleções de peças de madeira, cerâmica, ex-votos, esculturas, arame, papel maché, máscaras etc. O IPHAN colocou à disposição do público mais de novecentas peças e mais ou menos essa mesma quantidade se acha no apartamento da artista.
O legado de Tânia Pedrosa, além da sua obra expressiva e reconhecida nacional e internacionalmente, foi ter formado um acervo monumental de obras de arte de artistas populares nordestinos, que estão à disposição da sociedade alagoana e do mundo.
Fonte: ABC das Alagoas. http://abcdasalagoas.com.br/verbetes.php
Dicionário Mulheres de Alagoas: ontem e hoje. Organizadoras, Enaura Quixabeira Rosa e Silva e Edilma Acioli Bomfim, Maceió, Edufal, 2007.
2 Comentários
Artigo que faz jus à importância da artista naïf e colecionadora de arte popular Tânia Pedrosa!
Vindo novamente para ver o conteúdo do blog, sempre
encontro dicas maravilhosas aqui…muito bom!