22 de março de 2020 1:17 por Marcos Berillo
Garantindo que todas as empresas serão remuneradas, o governador Renan Filho reagiu à reportagem do portal gazetaweb.com, que o acusou de saquear lojas e estabelecimentos comerciais que revendem material e equipamentos hospitalares. Na matéria, o portal, de propriedade do senador Fernando Collor, definiu como “saque” a decisão do governo, e apontou como fonte da acusação os donos desses estabelecimentos.
Na reação, Renan Filho citou diretamente o senador e dono da gazetaweb. “Saque não, @collor. Fizemos REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA, ato legal, p/ reforçar estoques de máscaras, luvas, touvcas e outros insumos para reforçarmos a maior pandemia de nosso tempo. Faremos outras, se necessário. Como sempre você mente, foge e usa seus tablóides contra o povo de AL”, postou o governador, em sua rede social.
O próprio governo, no portal agenciaalagoas.al.gov.br, divulgou a ação, informando que “a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) colocou em prática, neste sábado (21), a requisição administrativa de equipamentos, insumos, medicamentos e demais produtos de saúde nas sedes ou locais de armazenamento de fabricantes, distribuidores e varejistas do ramo. A medida, prevista pela Portaria Estadual nº 2087, de 20 de março de 2020, é necessária para o enfrentamento da situação de emergência causada pelo novo coronavírus”.
A gazetaweb, entretanto, diz ter ouvido dos próprios comerciantes que a ação do governo foi um saque. “A ação alvo de denúncia aconteceu neste sábado (21) em diversos bairros da cidade de Maceió. Os comerciantes alegam que a medida é ilegal e que, portanto, o governador não tem legitimidade para realizar tal ato” – afirma o texto da reportagem da mídia pertencente ao senador Fernando Collor.
A gazetaweb vai mais longe ao afirmar que “As lojas que foram saqueadas após a ordem do governador são a Casa do Médico, localizadas nos bairros do Farol e Jatiúca, a Comac, Kamed, DEA Farma e APL Cardio. Todos os estabelecimentos são localizados em Maceió”.
O texto oficial, divulgado pela Agência Alagoas, contradiz essa informação, ao afirmar que “Foram requisitados equipamentos e materiais nas empresas Casa do Médico, Comac, Kamed, DEA Farma e APL Cardio, em Maceió. A Portaria deixa evidente, também, que a indenização devida pelo Estado de Alagoas, por causa da requisição dos materiais, será quantificada de acordo com critérios que serão definidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Ainda segundo a Agência oficial do governo do estado, “Na lista de materiais requisitados pela Sesau, resguardada pelo Decreto 69.501 e pela Portaria nº 2087, estão luvas cirúrgicas, aventais cirúrgicos, lâminas para laringoscópio, eletrodos, estetoscópio, estetoscópio rappaport, oxímetro de pulso, aparelhos de pressão, aventais cirúrgicos, lanternas clínicas, óculos para proteção individual, ressuscitador manual, umidificador, fluxômetro de oxigênio e ar comprimido, carro maca esmaltado, camas elétricas, mesas e mesas auxiliares, eletrocardiógrafos, aparelhos para pressão, entre outros materiais.
Situação de emergência – O Governo de Alagoas decretou, nessa sexta-feira (20), situação de emergência no estado e intensifica as medidas para a contenção e o enfrentamento ao coronavírus. Por determinação do Governo do Estado, todas as pessoas que estiverem com sintomas de gripe deverão ficar em casa durante 14 dias.