sexta-feira 10 de maio de 2024

Bolsonaro entrega o governo ao Centrão, mas continuará devendo

19 de junho de 2020 6:04 por Geraldo de Majella

Presidencialismo de coalizão é um termo que foi criado em 1988, pelo cientista político Sérgio Abranches, durante a Assembleia Nacional Constituinte. A coalizão é a negociação entre o executivo e as representações políticas no Congresso Nacional, para formar maioria e governar. Essas negociações ocorrem em todas as democracias.

No Brasil, as negociações caem de nível, o fisiologismo é predominante, e é o caminho mais curto para a corrupção e fortalece as oligarquias regionais. Mas, nem todos os políticos que ocupam o poder são oligarcas ou corruptos. O discurso condenatório, nos últimos anos, ganhou força, o antipetismo e o falso moralismo ecoaram e se transformaram em discurso vitorioso nas campanhas eleitorais.

Dito isto: Bolsonaro, foi eleito com o discurso de negação do que ele denominou de “velha política”. Há dezoito meses na presidência da República, não tem uma realização positiva para exaltar. Não entendeu que não é possível governar um país complexo como o Brasil, sem um programa político, sem aliados no Congresso Nacional que possam garantir apoio e votos. Isso, é básico, elementar.

Bolsonaro é um elefante numa loja de louças. É o responsável pelas crises políticas em seu governo. A oposição, apenas reverbera, as suas inabilidades e grosserias. Hoje, acuado, começa a sentir o calor das labaredas do fogo que lambe as paredes do palácio do Planalto.

Os partidos do Centrão, possivelmente, não vão conter o fogo que cresce, esse fogo não é de monturo; o governo, este sim, é um monturo na beira da estrada, a ser consumido pelas chamas que queimam cada vez mais altas.

Os inquéritos no STF, o assassinato de Mariele Franco e Anderson Gomes, o processo das fake news, no STE, a prisão do Fabrício Queiroz – elo de ligação entre o palácio do Planalto e as Milicias cariocas – dão a dimensão do quanto de combustível, ainda, tem para queimar. Em tempo: não é prudente esquecer o ex-aliado Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, acuado com a abertura do processo de impeachment, tem o desespero como conselheiro, e pode colocar um pouco mais de lenha na fogueira, nunca se sabe.

Bolsonaro, foi parlamentar 28 anos e não aprendeu a se relacionar com as bancadas, nunca foi liderança, sempre foi um outsider da extrema-direita. Os militares, conhecem a caserna, é o seu locus, são formados para comandar, sem discussão. Mas, na democracia, o poder deve ser compartilhado, as alianças fazem parte do exercício do poder. Os poderes legislativo e judiciário são independentes e autônomos, mas não aguentam desaforos.

Bolsonaro, vem negociando a alma, mesmo tendo pago o que foi acordado, ainda, ficará devendo. A vida ensina: quem brinca com fogo e não é pirotécnico, inevitavelmente, vai se queimar.

Bolsonaro, começa a sentir o calor das labaredas.

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