segunda-feira 13 de maio de 2024

Em protesto, médicos denunciam mortes evitáveis, pedem valorização do SUS e condenam agressão estimulada por Bolsonaro

21 de junho de 2020 12:24 por Marcos Berillo

Médicos vão às denunciar que mortes podem ser evitadas Fotos: Geraldo Majella

O Movimento Médicas e Médicos pela Democracia fez uma performance na manhã deste domingo, 21, chamando a atenção da população e das instituições da sociedade civil para as mortes evitáveis e a negligência do governo federal frente à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O ato, realizado em frente à sede da Secretaria de Estado da Saúde 9Sesau), no estacionamento do bairro de Jaraguá, em Maceió, foi também uma manifestação em defesa do Sistema único de Saúde (SUS) e em solidariedade às famílias, amigos e colegas profissionais de saúde que morreram por Covid-19.

Com cartazes com posições políticas, e cruzes simbolizando os mortos, os profissionais lembraram que o Brasil é o segundo país em número de casos e de mortes por coronavírus no mundo. A nação brasileira, disseram eles, tem o maior número de mortes de médicas e médicos (139) e de enfermeiros e enfermeiras (190), de acordo com os dados do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Mas também condenaram problemas como a perseguição a técnicos, após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, e o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), diante das arbitrariedades praticadas pelo governo federal.

Por estimular invasão de hospitais, presidente é alvo de protesto,

 

“Nem mesmo nos sítios eletrônicos (redes sociais e sites) dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida” – reclamaram os médicos.

Ressaltando que o protesto ocorre simultaneamente em diversas capitais brasileiras, os profissionais também condenaram as declarações do presidente Jair Bolsonaro, consideradas hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a eles em seu ambiente de trabalho.

Sem aglomeração e de modo pacífico, os profissionais protestaram sem esquecer de usar equipamentos de proteção e mantendo o distanciamento.

Eles defenderam ainda investimentos no Sistema Único de Saúde, posicionando-se pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. “O SUS salva vidas!!!’ – alertam os médicos.

Profissionais listaram onze razões para o protesto

A manifestação foi organizada pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (Unasus) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS).

Leia, na íntegra, as motivações da classe médica:

“Além da homenagem a essas milhares de vítimas também nos manifestamos:

1 – Em solidariedade às famílias, amigos e colegas de profissionais de saúde que morreram por Covid-19;

2- Para alertar que a maior parte das mortes por Covid-19 em nosso país são evitáveis, caso o Governo Federal não tivesse uma posição genocida frente à pandemia;

3- Contra a intervenção militar do Ministério da Saúde, que vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia;

4 – Contra as declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho;

5 – Contra o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), frente às posições do Governo Federal. Além disto, nem mesmo nos sítios eletrônicos dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida;

6- Por segurança no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. Demandamos mais Equipamentos de Proteção individual (EPI), e a reorganização de processos de trabalho, por gestores na saúde pública e empresas de saúde, que possibilitem menores impactos da exposição à doença ou ao stress produzido pela pandemia;

7- Pelo apoio a Campanha Leitos Únicos – Vidas Únicas, que garanta para toda a população fila única de acesso às UTI a partir do SUS, tanto nos serviços públicos como na saúde suplementar;

8- Pelo aporte adequado de financiamento do Sistema Único de Saúde. Pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. O SUS salva vidas!!!

9-Vidas Negras Importam – total solidariedade à população negra de nosso país, maioria do povo brasileiro, minoria nos espaços de representação institucional e que vem sofrendo especialmente junto às áreas de maior vulnerabilidade social os impactos da pandemia em curso;

10- Contra a Portaria MEC nº 544, de 17 de junho de 2020, que estabelece a possibilidade da realização de estágios curriculares dos cursos da área de saúde em caráter on line e de forma remota. Além do descaso com as medidas de saúde pública, o Governo Federal vem reforçando seu descaso também com a educação de qualidade e com a formação dos profissionais da área da saúde com mais um ataque;

11- Contra a perseguição de quadros técnicos do Ministério da Saúde, frente às denúncias que vem sendo vigiados nas redes sociais e na vida privada após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, remontando práticas dos tempos de arbítrio que o país viveu em períodos ditatoriais.”

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