segunda-feira 6 de maio de 2024

Braskem pode ter perdido controle sobre cinco poços de mineração no Pinheiro

Enquanto isso, empresa envia equipes para pressionar moradores e empresários de bairros afetados a deixarem suas casas e estabelecimentos

15 de julho de 2020 3:39 por Marcos Berillo

Cada vez mais o comércio e imóveis residenciais estão fechando no Pinheiro | Thania Valença

Enquanto moradores e empresários cobram da indústria informações sobre minas ainda em atividade, que podem aumentar os riscos de afundamento e destruição dos bairros afetados pela exploração de sal-gema, em Maceió, a Braskem envia equipes para pressioná-los a deixarem suas casas e estabelecimentos.

Segundo a empresa, a partir da próxima segunda-feira, 20, suas equipes sociais começam a “visitar imóveis que não ingressaram no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação e nos que não puderam ser identificados presencialmente por causa das medidas preventivas ao coronavirus”.

“Os próprios técnicos informaram que, de acordo com o que foi apurado, a empresa não sabe onde estão, nem quais as condições reais, de pelo menos cinco minas, e por isso desde que essa condição foi detectada há a necessidade de evacuação da área”, denuncia um dos organizadores da mobilização no bairro do Pinheiro, empresário Alexandre Sampaio, em recente contato com o jornal Gazeta de Alagoas, e em entrevista ao Jornal da Mix FM 97.

Apesar da pressão, muitos ainda resistem em deixar os imóveis, e clamam às autoridades por medidas justas em relação à catástrofe provocada pela mineração da Braskem na região, que inclui os bairros de Bebedouro, Mutange, Pinheiro e Bom Parto, por mais de três décadas.

Problema do afundamento do solo somente se amplia

Processo de destruição dos bairros é cada vez mais visível | Thania Valença

Os moradores afirmam que o processo de afundamento só se amplia. A destruição é reconhecida pela própria Braskem, que voltou a enviar seus técnicos para percorrerem as ruas do Pinheiro, identificando aqueles que ainda não se cadastraram no seu Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação.
A empresa vem destacando cada passo dado, desde janeiro, para desocupar totalmente os quatro bairros destruídos pela mineração. Até agora, a Braskem já conseguiu que 721 propostas de compensação fossem aceitas por moradores, e tirou de suas casas, situadas em áreas de risco, 2.618 famílias.

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Segundo a Braskem “a desocupação das áreas prioritárias permitiu avançar com os trabalhos de fechamento dos poços de sal”. Dessa forma, a empresa cumpre Termo de Acordo assinado com os Ministérios Públicos Estadual, Federal, Defensoria Pública de Alagoas e Defensoria Pública da União, para a desocupação de cerca de 4.500 imóveis nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto.

Situação é de desespero para moradores e comerciantes

Pintura em muro de residência denuncia sentimento de abandono no bairro | Thania Valença

Diante do agravamento do dano ambiental, com aumento de rachaduras e desníveis de casas e ruas, a Braskem tem acelerado esse processo de evacuação, já que tem necessidade de ampliar a área considerada de risco iminente de desabamento.

Novos estudos estão sendo feitos para comparação de dados obtidos em 2019, quando surgiram os primeiros sinais de destruição do solo nos quatro bairros.

Os moradores temem que sejam confirmados os primeiros estudos que mostraram o desnível provocado pela descida de terreno, por desgaste ou ruptura da parede de algumas minas. Enfrentando ações judiciais que somam quase R$ 40 bilhões por conta dos prejuízos causados pela mineração em Maceió, que está afundando quatro bairros, em janeiro de 2019 a Braskem anunciou o fim das atividades de extração de sal-gema na cidade.

A empresa propôs à Agência Nacional de Mineração (ANM) a criação de uma área de resguardo no entorno de 15 dos 35 poços que compõem as operações da mina. Outros 20 poços, garantiu a empresa, estão sendo monitorados. Mas a notícia de que cinco deles estão sem controle, voltou a aumentar o desespero das famílias e empresários atingidos.

Alguns moradores ainda resistem em deixar os seus imóveis | Thania Valença

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