27 de janeiro de 2021 5:03 por Da Redação
Em Maceió, as aulas nas escolas da rede municipal estão previstas para serem retomadas a partir do dia 8 de março. Mas, isso pode não acontecer porque diretores, professores e funcionários temem pela vida caso o ano letivo seja retomado com a presença da totalidade dos alunos em sala de aula e sem todos os equipamentos de proteção contra o novo coronavírus.
Para o retorno dos professores e demais profissionais às escolas, na próxima terça-feira (3), estão garantidos, apenas, kits contendo máscaras e álcool em gel. Durante este mês, os servidores participam de atividades que visam à readaptação, formação e planejamento do ano letivo.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Elder Maia, as unidades de ensino receberão, em breve, tapetes sanitizantes e oxímetros, que são dispositivos usados para medir a quantidade de oxigênio no sangue. Outros itens, como medidor de temperatura sequer foram licitados.
Ouça o áudio do secretário enviado a um grupo de gestores escolares:
Itens de proteção podem atrasar
É justamente o medo de não contar com os itens de proteção completos a preocupação dos profissionais da Educação pública. A categoria teme que as aulas sejam retomadas antes da chegada de todos os itens de proteção e com as salas cheias. Para aumentar a tensão, uma das etapas das matrículas será realizada presencialmente, já na próxima semana.
Uma diretora escolar, que terá o nome preservado, ressalta que as aulas presenciais somente serão retomadas se os profissionais tiverem segurança sanitária para isso. “Não podemos arriscar as nossas vidas, a dos funcionários, professores, alunos e comunidade”, enfatiza.
Segundo ela, voltar com a totalidade dos alunos é irreal, deixando claro que falta diálogo entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e os servidores para discutir uma volta às aulas segura. “Temos que dialogar e encontrar uma outra solução, de maneira democrática e com sensatez, porque a pandemia não passou e equipar todas as escolas em tempo hábil é impossível!”, diz.
Além disso, ela não acredita que a imunização contra a Covid-19 terá avançado até março. “Quanto à vacina, ainda está muito distante de nós, ou vocês não perceberam que o Brasil não tem governo, está uma bagunça? Estamos em uma gestão democrática. Nós, diretores e vices temos que nos unir. Somos nós que conhecemos a realidade das nossas escolas”, destacou.
Secretária-adjunta diz que medidas serão definidas no final de fevereiro
No grupo de WhatsApp dos gestores, a secretária-adjunta de Educação, Emília Caldas, nega que as aulas serão 100% presenciais. Ela diz que a decisão sobre o retorno no modelo híbrido, remoto ou presencial será tomada no final de fevereiro. “Vai depender de como estarão as orientações em relação à pandemia”, ressaltou.
Citando os estudantes em situação de vulnerabilidade, ela diz que não dá mais para esperar. “Não dá mais para dizer que temos condições de esperar todo mundo ser vacinado porque isso não vai ser agora. Há uma questão de priorizar os professores, mas, independentemente da vacinação, a gente vai se programar para o retorno”, acrescentou.
De acordo com a secretária-adjunta de Educação, a capital alagoana não é um caso isolado. “Já temos um guia orientador que é o nosso protocolo de retorno, já estamos organizando um calendário pensando na proposta do contínuo curricular. Tudo está sendo trabalhado nessa perspectiva. Todos os municípios, todo o país, já estão se organizando para esse retorno. Então, tem que pensar que não é um caso específico de Maceió”, afirmou.