domingo 28 de abril de 2024

Bolsonaro é quase um ex-presidente

O cerco sobre Bolsonaro está sendo montado como ação da CPI, mas também pelos seus aliados de ocasião, que estão sob o manto do Centrão. As disputas pelo butim tendem a aumentar no núcleo dirigente.

1 de julho de 2021 8:56 por Geraldo de Majella

Bolsonaro, Ciro Nogueira e Ricardo Barros

 

 

A pressão realizada pela CPI da Covid-19 tem deixado o presidente Bolsonaro atordoado e dando evidentes sinais de descontrole emocional e político. As agressões verbais feitas às jornalistas é um desses sinais; não é o mais importante – não quero aqui relativizar a gravidade das agressões verbais às jornalistas e à imprensa. Deve-se ao fato de não poder assacar de maneira histriônica contra os seus principais acusadores, os irmãos Miranda, um deputado federal e o outro, um funcionário público federal concursado que denunciou um dos caminhos mais prósperos de corrupção no Ministério da Saúde.

Bolsonaro está irreconhecível ‒ ele e seus filhos, que têm como prática disparar fake news pelas redes de milicianos digitais. Nesse momento, o Presidente da República silencia e “pondera” como deve reagir ao cerco, deslocando a sua infantaria para o gabinete do ministro da Saúde Queiroga, que sob a orientação da Controladoria-Geral da União determinou a suspensão preventiva do contrato para a compra da vacina do laboratório indiano Covaxin.

Enquanto isso, outras denúncias vão sendo catalogadas e todas têm um fio condutor: o Ministério da Saúde, que tem como controlador de compras o deputado Ricardo Barros. É do Ministério da Saúde que o Brasil começa a saber sobre as maiores barbaridades em tempos de pandemia: bilhões de dólares são destinados à corrupção, ou seriam. Esperamos que sejam bloqueados, pois o Brasil poderá alcançar 1 milhão de mortos pela Covid-19 ou próximo a isso até o final de 2021.

Seguir o dinheiro tem sido o bordão dos bolsonaristas na CPI, e de fato a maioria dos senadores que compõe a CPI tem atendido ao apelo governista. Os números iniciais são da ordem de alguns milhões de reais supostamente desviados em alguns governos estaduais e municipais. O que deixa os senadores catatônicos é que em poucos dias denúncias consistentes estão pipocando e variando entre 1,5 bilhão e 5 bilhões de dólares nas compras de vacinas.

A ideia conhecida no meio investigativo policial no ambiente da CPI da Covid-19 se aplica igualmente. Não se tem conhecimento de nada parecido em matéria de corrupção num único Ministério na história recente da República.

O cerco sobre Bolsonaro está sendo montado como ação da CPI, mas também pelos seus aliados de ocasião, que estão sob o manto do Centrão. As disputas pelo butim tendem a aumentar no núcleo dirigente. Ricardo Barros tem muita munição e é um experiente parlamentar; conhece bem os bastidores. A crise política é uma janela de oportunidades para duas importantes figuras da República: Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, este com a pauta do impeachment caso as ruas, o mercado e a mídia entrem em acordo.

Bolsonaro, caso a crise cresça, ainda mais será um prisioneiro ‒ inicialmente, no Palácio do Planalto. O desfecho final será o impeachment ou a derrota nas urnas. Sem imunidade, a cadeia será o seu destino e onde conviverá mais amiúde com os milicianos.

 

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