sexta-feira 17 de maio de 2024

Um lembrete ao prefeito JHC: a Colômbia tem o que ensinar, mas é em Maceió que está a solução dos problemas

A introdução de tecnologia nas favelas é importante, mas os investimentos nas áreas básicas é o que mudará essencialmente a vida das pessoas.

6 de agosto de 2021 10:20 por Geraldo de Majella

 

Foto: campestrefm.com.br

O prefeito de Maceió, JHC, vai conhecer na Colômbia as cidades de Bogotá e Medellín, que eram as mais violentas do mundo até bem pouco tempo e, hoje, são cidades modelo que têm inspirado administradores em muitas partes do mundo por terem conseguido reduzir drasticamente os homicídios e pacificar as áreas em conflito.

Entendo ser positiva a visita para conhecer in loco a experiência, dialogando com as autoridades locais. O ex-prefeito Rui Palmeira foi à Colômbia com propósito semelhante; ao retornar, falou de mobilidade urbana, mas não foi além da fala.

Em duas oportunidades o filósofo, matemático e reitor da Universidade Nacional da Colômbia, Antanas Mockus, foi eleito prefeito de Bogotá. Foi o idealizador das transformações sociais e políticas ocorridas na capital colombiana e que se espalharam pelo país.

Sob a sua liderança nos dois mandatos (1995-1997 e 2001-2004), Bogotá apresentou melhorias extraordinárias em todas as áreas: o consumo de água caiu 40%, a taxa de homicídio caiu 70% e as fatalidades de trânsito foram reduzidas em mais de 50%.

Foram implementadas iniciativas simples e bem-humoradas como contratar mímicos para controlar o tráfego e fazer gozação com aqueles que violassem as normas de trânsito. Esse programa iniciou com vinte mímicos, mas como foi bem-aceito pela população, foram contratados 400 outros mímicos, todos rapidamente treinados.

Antanas Mockus esteve em Maceió em 2008 e 2009 para discorrer sobre suas experiências. Um Projeto Piloto foi anunciado para três bairros de Maceió: Benedito Bentes, Jacintinho e Vergel do Lago. Esses bairros foram escolhidos devido aos elevados índices de homicídios, infelizmente não foi implantado.

O prefeito JHC ouvirá das autoridades colombianas como as mudanças aconteceram com a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos, em todos os sentidos. Mais lazer, mais saúde, mais moradias, mais educação e a oportunidade de ter acesso a esses bens. O transporte na cidade melhorou consideravelmente. Essa é primeira fase.

A segunda foi a integração das comunidades e a participação efetiva nas definições das políticas públicas nos territórios em conflito, estendendo-se aos demais. As ações da prefeitura com investimentos em mobilidade urbana, cultura, educação, desenvolvimento social e em infraestrutura são os pilares do sucesso resultante nas transformações na cidade e na vida das pessoas mais pobres, que eram as mais atingidas pela violência homicida. Tal qual em Maceió, são os mais pobres as primeiras e maiores vítimas.

Há em Maceió uma vasta experiência acumulada não pelo Poder Público, mas por organizações sociais, ONGs, setores da Universidade Federal de Alagoas que pesquisam a dura realidade das populações vulneráveis nos cárceres, nos bairros e grotas, que devem ser convidadas a participar da construção de programas inclusivos, disponibilizando o que há de mais valioso e caro: o capital intelectual.

Gerando Falcões

Há inúmeras ONGs com trabalho de inclusão social nas favelas brasileiras, inclusive em Maceió. O que a Gerando Falcões propõe, além da visibilidade midiática, não é diferente do que se pode fazer com as organizações locais. A introdução de tecnologia nas favelas é importante, mas os investimentos nas áreas básicas é o que mudará essencialmente a vida das pessoas.

O prefeito JHC precisa ser informado de que na administração pública nada começa do zero; há expertise social ou tecnologia social disponível. O que falta é o administrador público entender que as mudanças efetivas para melhor só acontecem com a participação do principal interessado: a população.

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1 Comentário

  • É preciso agir rápido, a população mais
    pobre não pode mais esperar.

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