sexta-feira 17 de maio de 2024

Ex-ministro da Fazenda Delfim Netto diz que Bolsonaro é risco para a economia, não Lula

Segundo ex-ministro da Fazenda, atual presidente vai se cansar do ministro da Economia, Paulo Guedes

19 de agosto de 2021 5:01 por Da Redação

Delfim Netto, Lula e Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube | Ricardo Stuckert | Reuters)

Em entrevista ao Poder 360, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou que a eleição de Lula seria melhor para o mercado financeiro do que a reeleição de Jair Bolsonaro, no próximo ano. “Bolsonaro seria a continuação do mesmo, até piorado”, disse.

Segundo Delfim, o atual presidente vai se cansar do ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com ele, o mercado nunca progrediu e lucrou tanto como na época do petista. “E o Brasil cresceu no curto prazo. O Lula é um diamante bruto que se cultivou. E mostrou isso no governo”, completou.

Na entrevista, ele também ressaltou que o governo não sabe como agir diante das dificuldades e que, no momento, enfrenta a “tempestade perfeita”, formada pela pandemia e as mudanças climáticas.  “As dificuldades são políticas. Estamos com um sistema disfuncional. As pessoas disputam fortemente separadas em grupos antagônicos. Não há diálogo, não há compreensão”, avaliou.

Ainda de acordo com o ex-ministro, o governo Bolsonaro é mais militarizado que no período da ditadura. “Seguramente o governo Bolsonaro é mais militarizado. Nos governos militares, a administração era civil. Você tinha militares no governo, mas competentes. Vamos comparar o [ex-ministro Mario] Andreazza com o [ex-ministro da Saúde, Eduardo] Pazuello. É muito diferente”, disse.

“Essa administração trouxe de volta o tenentismo, que desgraçou o Brasil durante muito tempo”, lamentou. “As três Forças não pertencem ao governo. São do Estado. O papel delas é a defesa da pátria. Não intervir na política”, destacou. Delfim, porém, descartou a possibilidade de um golpe com o apoio das Forças Armadas. “De jeito nenhum. As Forças Armadas profissionais são fiéis à Constituição. A formação hoje é muito diferente do passado”, afirmou.

*Com Brasil 247

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