31 de agosto de 2021 4:58 por Da Redação
O Atlas da Violência 2021, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela dois dados preocupantes sobre Alagoas. Um deles é que o estado segue, desde 2015, como o que registra maiores diferenças de vitimização entre negros e não negros, com taxas de homicídios de negros 42,9 vezes maiores do que as de não negros.
Outro fato que chama atenção é que, aqui, todas as mulheres vítimas de homicídios, em 2019, sem contar uma delas sem identificação de cor/raça, eram negras. Porém, neste caso, os estados que apresentaram maior risco relativo de vitimização letal de mulheres negras foram Rio Grande do Norte (5,2), Amapá (4,6) e Sergipe (4,4), onde os percentuais registrados foram de 88%, 89% e 94%, respectivamente.
O documento, divulgado nesta terça-feira (31), revela ainda que a violência é a principal causa de morte dos jovens. Em 2019, de cada 100 brasileiros entre 15 e 19 anos que morreram no país, 39 foram vítimas da violência letal. Na faixa de 20 a 24 anos, foram 38 vítimas de homicídios a cada 100 óbitos e, de 25 a 29 anos, foram 31.
Segundo o Atlas, dos 45.503 homicídios ocorridos no Brasil em 2019, 51,3% vitimaram jovens entre 15 e 29 anos. “São 23.327 jovens que tiveram suas vidas ceifadas prematuramente, em uma média de 64 jovens assassinados por dia no país”, diz o documento.
Em onze anos (2009-2019), foram 333.330 jovens (15 a 29 anos) assassinados no Brasil. No entanto, entre 2019 e 2018, houve uma queda de 24,3% nos números absolutos de homicídios de jovens. A taxa de homicídios a cada 100 mil jovens passou de 60,4 para 45,8, significando uma redução de 24,3% em um ano.
“Essa queda impactou fortemente na proporção de homicídios como causa mortis em relação a todas as causas possíveis. Se em 2018, 48,4% dos óbitos dos jovens entre 15 e 19 anos foram em decorrência da violência letal, em 2019 essa proporção passou para 39,1%. O mesmo aconteceu com os óbitos da faixa etária entre 20 e 24 anos que, em 2018, representavam 45,8% do total de mortes nessa faixa etária e caíram para 38% no ano seguinte”, conclui o relatório.