2 de fevereiro de 2022 11:28 por Redação
Sabe aquele ditado popular, quem não é o maior tem que ser o melhor? Pois bem, cabe como uma luva para dimensionar ‘Quarentena’, cujo subtítulo é ‘poemas do pandemônio’, novo livro de um dos grandes expoentes da intelectualidade e cultura caeté, o multifacetado Marcos de Farias Costa.
No formato de 116mm X 168mm, com uma tiragem de apenas 500 exemplares, Quarentena não pode ser avaliado em tamanho, porque é imenso em seu conteúdo e contundente logo na primeira página: “Em memória dos amigos cujas vidas tombaram, vítimas do genocídio que ceifou centenas de milhares de brasileiros.” E, sobretudo, é memorável em seus quarenta poemas de pluralidades líricas, satíricas e dárdicas, como esclarece o poeta: “Dirigidos ao coração humano.”
Fosse eu um crítico literário, talvez ousasse debulhar poemas, analisando-os, conceptualizando-os e tal. Porém, folgo em não sê-lo e, apenas como mero e raso fruidor, vejo muito mais coerência em deixar que o poema fale por si, posto que entendo poesia como uma obra acabada em si mesma. Daí, nada mais apropriado do que escolher, aleatoriamente, um dos poemas do Quarentena, onde o poeta lança dardos na busca incessante da eternidade, totalmente plausível, posto que estamos arrazoando sobre Marcos de Farias Costa.
O MOSQUITO
Um mosquito atrevido
Pousou nas lácteas tetas
De uma dama da cor da neve
E picou com o seu fogo ardente.
Furiosa, ela esmagou o inseto
Entre os seus dedos,
Dando-lhe morte bem lenta,
Fazendo-o sofrer as dores mais cruéis,
Oh, bicho doido! Doido Bicho!
Que destino melhor
Deus poderia vos prover
Que a mais doce das mortes,
No talvegue dos seios?
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!!