sábado 27 de abril de 2024

Desastre em Maceió: Laudo pericial indica necessidade de evacuação dos moradores dos Flexais

Relatório é entregue à Defensoria Pública que pode acionar à Justiça contra a Braskem

31 de maio de 2022 12:38 por Da Redação

Defensor Ricardo Melro recebe laudo comprovando danos estruturais nas moradias | Fotos: Assessoria

Moradores da região dos Flexais de Cima e de Baixo, em Bebedouro, iniciaram um nova ofensiva contra a realidade de isolamento socioeconômico a que foram submetidos pela empresa Braskem S.A, em decorrência da exploração de sal-gema. Sem comércio, sem fonte de renda, a população da área, que se tornou inviável para moradia, passa por maus momentos sem que a mineradora apresente solução para os problemas que causou.

Representantes dos moradores acabam de entregar à Defensoria Pública um relatório elaborado pelo professor Abel Galindo e pelo engenheiro Lucas Mattar, apontando os danos estruturais provocados pela mineração da Braskem, nos imóveis dos Flexais de Cima e de Baixo.

O relatório foi entregue ao coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva, defensor público Ricardo Antunes Melro, e mostra que as residências apresentam vários tipos de patologia. Segundo o engenheiro Lucas Mattar, foram visitadas 62 casas do Flexal de Cima e de Baixo, nas ruas Tobias Barreto e Faustino Silveira.

O engenheiro explica que, diante da possibilidade de ser um problema de solo e dos perigos eminentes que podem vir a acontecer, é ideal que essas pessoas sejam evacuadas da região.

“Como a gente vê que as patologias vão aumentando com o tempo, não é possível dizer quando haverá algum tipo de desabamento, mas a probabilidade de acontecer é muito provável, porque são problemas que vem crescendo e o solo está deixando tudo instável.  Numa residência o solo é primordial. Como ele está se movimentando é muito provável que, no futuro, ocorra algum tipo de desabamento. De acordo com relatos, isso pode acabar não demorando”, acrescenta Lucas Mattar.

O defensor Ricardo Melro recorda que o professor Abel Galindo foi o primeiro engenheiro a apresentar laudo demonstrando o problema que vinha atingindo a região do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências. Por isso acredita que o relatório precisa ser analisado para aprofundar o entendimento sobre o problema nos Flexais.

Ele afirma ainda que, até o presente momento, a Braskem não mostrou vontade de resolver os prejuízos e maus momentos que a população está enfrentando. “Até agora, nada foi feito, seja para compensar financeiramente as pessoas que trabalham no comércio, seja para realocar os moradores com as devidas indenizações”, pondera Melro, indicando que levará o problema à Justiça.

“Recebemos esses documentos de profissionais reconhecidos, muito capacitados, indicando problemas de ordem geológica na região, causada pelo trabalho da Braskem, pela mineração mal feita da Braskem e, mais que isso, já comprovado pela própria Defesa Civil do Município de Maceió, acerca do ilhamento e necessidade de realocação dessa população. Então, já faz muito tempo que a Braskem está ciente, assim como todos os órgãos, e infelizmente, não mostrou vontade de resolução administrativa. Por isso, tudo indica que isso vai para a Justiça novamente” – declarou Ricardo Melro.

Morador do Flexal há mais de 43 anos, Maurício Sarmento espera que o laudo possa auxiliar no andamento da realocação.

“Estamos apostando todas as nossas esperanças no trabalho da Defensoria Pública, que tem sido uma parceira na luta pela realocação daquela comunidade. Esperamos que o dr. Ricardo e o dr. Carlos possam mover a ação necessária para que essa comunidade seja compensada pelos danos causados pela mineração”- afirmou Sarmento.

A moradora Abilene Lourenço da Costa reclama condições dignas para a realocação dos moradores, com o pagamento de valores indenizatórios justos.

“O estudo feito pelo feito pelo professor Lucas e pelo dr. Abel Galindo mostra que a minha casa se encontra com rachaduras e problemas gravíssimos. Primeiro falaram em reforma, agora, a assistência social apareceu me dizendo que eu preciso sair e ofereceu um aluguel social de R$ 250, 00, que eu não aceitei”, reclama Abilene.

Com Assessoria

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