22 de março de 2023 1:26 por Geraldo de Majella
O prefeito de Maceió, JHC, foi eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), mas, no segundo turno da eleição presidencial filiou-se ao Partido Liberal (PL), apoiando o candidato derrotado Jair Bolsonaro. O presidente nacional do PL é Valdemar da Costa Neto. A mudança foi calculada objetivando o comando político da sigla em Alagoas, que terá gordos recursos provenientes do fundo partidário.
O passo seguinte é, agora de posse da nova legenda, assumir a agenda política da extrema-direita na capital. A derrota de Bolsonaro não o encolheu eleitoralmente. Em Maceió, o discurso bélico, talvez, não seja verbalizado por JHC, porém, no seu entorno, há quem o fará “sem cerimônia”.
Para os adversários, restarão críticas sobre o fato de sua administração não ter realizado obras significativas na capital e que ele tenha administrado a cidade a partir da sua inserção nas redes sociais. Os problemas que fazem a população sentir cada vez mais dificuldades não teriam sido enfrentados.
A saída previsível será através do discurso político-religioso, que aprisiona parcela considerável do eleitorado de baixa renda, moradores de áreas periféricas de Maceió. O púlpito será, mais uma vez, um instrumento para alavancar a eleição.
A comunicação direta com a população tem sido o antídoto que o distancia dos seus adversários que, ainda, não se sabe quem serão.
A rara condição de Maceió ser a única capital do Nordeste onde Bolsonaro teve mais votos do que Lula, em 2022, nos dois turnos, é mais um trunfo a seu favor.
O passe de JHC tende a se valorizar cada vez mais no mercado político da extrema-direita.