quinta-feira 16 de maio de 2024

Crimes da ditadura contra indígenas seguem sem resposta. Situação só piorou

Relatório aponta que recomendações sobre crimes contra indígenas não apenas não foram concretizadas, mas que a situação piorou com Bolsonaro
Mesmo notórios à historia, os crimes da ditadura contra indígenas ganharam reconhecimento oficial a partir da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014 | Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr

Por Redação RBA

O Instituto Vladimir Herzog divulgou, na quarta-feira (26), análise sobre a violação de direitos de indígenas durante o período da ditadura civil-militar (1964-1985) e mostrou que não houve nenhuma forma de reparação ou reconhecimento a esses povos originários. Ao contrário, a situação piorou, especialmente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O relatório ganha força em um momento que a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca retomar as ações de justiça e reparação relacionadas àquele período.

Mesmo notórios à historia, os crimes da ditadura contra indígenas ganharam reconhecimento oficial a partir da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que concluiu atividades em 2014. Contudo, após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), o Estado brasileiro abandonou as políticas de memória e reparação. A CNV fez uma série de recomendações, ignoradas até então. Entre elas, um pedido de desculpas do Estado brasileiro pela destituição dos territórios tradicionais das populações originárias e demais violências cometidas nesse processo.

Retrocessos

Outra medida restaurativa paralisada após o impeachment é o reconhecimento do direito ao território desses povos. Como reparação, as terras deveriam ser devolvidas e os invasores, que atualmente ocupam parte dessas áreas, retirados. O governo Lula prepara, para amanhã, o anúncio da retomada do processo de demarcação de territórios originários. Territórios negados em ataques abertos e diretos promovidos pelo ex-presidente em benefício da especulação e, inclusive, de possíveis criminosos; madeireiros e garimpeiros ilegais.

Neste contexto, o relatório do instituto destaca que, além do fim da política de demarcação de terras, houve um crescimento de 63% no número de indígenas assassinados no período de 2019 a 2020. Crimes cometidos por garimpeiros e latifundiários. O documento é de autoria da entidade, em parceria com a Fundação Friedrich Ebert Brasil.

Relatório final

O relatório final da CNV apresentou 29 recomendações ao Estado. Destas, 13 destinadas aos povos originários. O documento “Fortalecimento da democracia: Monitoramento das recomendações da Comissão Nacional da Verdade”, apesar de não observar avanços na questão indígena, viu parte das exigências caminharem, ainda que lentamente.

Segundo a análise do Instituto Vladimir Herzog, o país atendeu a duas delas. A primeira, a revogação a Lei de Segurança Nacional. A segunda, a instituição da audiência de custódia. O instrumento judicial garante que todos os presos sejam ouvidos por um juiz em até 24 horas, como forma de combater a tortura e as detenções ilegais.

Outras recomendações enfrentaram retrocessos. Entre elas está a de proibir a comemoração do golpe de 1964. Durante os últimos anos, Bolsonaro chegou a estimular as festividades inglórias nas casernas. Durante os quatro anos bolsonaristas, o Ministério da Defesa anunciou ordens oficiais do dia para celebrar a ditadura no Brasil.

Com informações da Agência Brasil

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