terça-feira 14 de maio de 2024

Preservação do Paço Imperial é opção para diversificar e fortalecer turismo em Maceió

Conjunto arquitetônico no centro da cidade já foi visitado pelo imperador Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina

26 de junho de 2023 10:31 por Geraldo de Majella

Foto: Arquivo

O marco zero de Maceió está localizado na Praça Dom Pedro II, ponto que indica onde a povoação se formou, cresceu e ascendeu à condição de vila – em seguida cidade – e, em 1839, tornou-se a capital da Província das Alagoas.
O historiador Craveiro Costa, em sua obra, Maceió (1939), define a origem da cidade:

Nasceu espúria a cidade, no pátio de um engenho colonial, sem ascendência conhecida e assentamento autorizado nas crônicas do período histórico da luta pelo domínio do gentio e conquista da terra.

Em 1859, quando os monarcas brasileiros – o imperador Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina – estiveram em visita a Alagoas e a outras províncias, ficaram hospedados no palacete de José Antônio de Mendonça, o Barão de Jaraguá, onde nos primórdios existiu o engenho. Nessa data magna, havia lá um casario colonial.

O palacete do Barão de Jaraguá é o prédio onde hoje funciona a Biblioteca Estadual Graciliano Ramos. O palacete da Assembleia Provincial e Casa da Tesouraria é a Assembleia Legislativa, onde, em 1859, foi realizado o Baile em honra dos monarcas; em frente, no centro da praça, foi erigido o monumento em homenagem a Dom Pedro II. Ao lado, está a Catedral Metropolitana de Maceió.

Foto: Arquivo

Na entrada da Praça Pedro II, à Rua 2 de Dezembro, nº 100, fica a Associação Aliança Comercial dos Retalhistas, um edifício de dois pavimentos, construído na segunda metade do século XIX, e que foi residência do político e militar Lourenço Cavalcanti de Albuquerque Maranhão, o Barão de Atalaia, conhecido palacete do Camocho. Em 1916, a fachada sofreu modificações para servir como administração dos Correios e Telégrafos.

O antigo palacete do Camocho, por pouco tempo, foi sede do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), até o dia 1º de abril de 1964, quando os militares derrubaram o presidente João Goulart e implantaram a ditadura militar. A polícia política invadiu, saqueou e lacrou a entidade representativa dos trabalhadores.

O prédio onde atualmente é a delegacia do Ministério da Fazenda, no início do século XX, funcionou como administração dos Correios e Telégrafos. Essa edificação, nas décadas posteriores, sofreu modificações, sendo construído um pavimento superior, no entanto, ainda, guarda características do que foi originalmente, e compõe o cenário arquitetônico da área.

O monumento em honra a Dom Pedro II, inaugurado em 31 de dezembro de 1861, é de mármore branco, mede 40 palmos de altura. No topo, fica o busto do imperador, a coluna assentada sobre três degraus, sendo rodeado por grade de ferro. Essa obra feita em Lisboa foi custeada pelo Barão de Jaraguá.

Foto: Arquivo

O conjunto arquitetônico que forma o Paço Imperial de Maceió tem resistido ao tempo e à incúria dos administradores públicos. São exemplares únicos do século XIX, no Centro da cidade. As edificações e o monumento são relíquias do patrimônio histórico e da memória cultural de Alagoas.

Tombamento

As edificações foram tombadas, parte delas pela Prefeitura de Maceió e outra pelo Estado de Alagoas. Nas primeiras edificações tombadas, resta agora criar programas de manutenção regular e conservação preventiva dos bens patrimoniais, garantindo que sejam preservadas em condições adequadas ao longo do tempo.

Para tanto, é necessário incluir os serviços essenciais de restaurações periódicas e promover ações de conservação para prevenir danos e degradação.

A cidade de Maceió vem crescendo como destino turístico nacional e pretende ser também um destino internacional, mas, não se percebe a inclusão dos bens culturais como ativo disponível e que constituem e impulsionam a economia local, que pode gerar mais empregos e oportunidades de negócios relacionados ao turismo e à cultura como parte da economia criativa.

A gestão do patrimônio histórico e arquitetônico é risível e atenta contra a tendência que está crescendo mais rápido e com consistência no mundo econômico, não apenas como fator que tem gerado renda, mas também na criação de empregos e em ganhos na exportação, como atesta o Sebrae.

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1 Comentário

  • Lamentavelmente, também se encontram em abandono os casarões da Rua do Sol e ruas adjacentes.

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