O estímulo ao armamentismo, com a liberação de armas e a explosão de registros de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) de armas de fogo, promovidos pelo governo bolsonarista, resultou no trágico aumento do número de mortes de mulheres no Brasil.
Dados divulgados pela 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontam que, entre 2019 e 2022, aumentou em 1.200% a participação de CACs em ocorrências no âmbito da Lei Maria da Penha.
Em 2022, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia, de acordo com a FBSP, sendo que aproximadamente 30% dessas mortes são causadas por armas de fogo.
A presidenta do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), Gleisi Hoffmann, alerta para o aumento da violência no país e diz que é preciso discutir qual o sentido e a importância para a sociedade brasileira da regulamentação e existência dos CACs. “Uma das consequências mais dramáticas [do aumento]atingiu as mulheres, com o aumento do feminicídio por armas de fogo”, constata.
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Comitês da violência
Desde 2019, após mais de 30 decretos e atos normativos de Bolsonaro e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o número de CACs saltou de 117,5 mil, em 2019, para 783,4 mil, em dezembro de 2022. O número atual de CACs no país é maior do que os efetivos nacionais das Polícias Militares e das Forças Armadas. Os clubes de tiro viraram residência do bolsonarismo e da violência, sobretudo a política.
O ano de 2022, o último de Jair Bolsonaro na Presidência do país, foi o período de maior aumento de todos os indicadores de violência contra mulheres no Brasil da história.
O compilado se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estadual, pelas polícias civis, militares e federais, entre outras fontes oficiais de Segurança Pública. Os números assustadores evidenciam que a gestão bolsonarista culminou na normalização da violência contra meninas e mulheres.
No ano passado, os feminicídios aumentaram 6,1%, totalizando 1.437 mortes e as tentativas aumentaram 16,9%, em comparação com 2021. Sete em cada 10 mulheres foram assassinadas dentro de suas casas e, em 53,6% dos casos, o assassino foi o parceiro íntimo, sendo que em 19,4% dos casos, os crimes foram cometidos pelo ex-parceiro e 10,7%, por algum familiar.
Fonte: Página do PT