terça-feira 7 de maio de 2024

Com metro quadrado mais caro, maceioense demoraria 20 anos para comprar casa própria

Cálculo leva em consideração valor do m²: e renda média dos moradores de Alagoas; veja situação em outras capitais do Nordeste
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Por Graziela França, da Agência Tatu

Vinte anos. Esse é o tempo médio que um maceioense demoraria para comprar uma casa própria na cidade, que apresenta o metro quadrado mais caro entre as cidades nordestinas analisadas pelo FipeZap. Isso, caso comprometesse toda a sua renda com este objetivo. Custando em média 7.815 reais por m², o valor é incompatível com a renda média do alagoano, que é de R$1.600 reais

Os cálculos realizados pela Agência Tatu levam em consideração um imóvel de 50m² na capital alagoana e o comprometimento total da renda mensal de um maceioense, mostrando a discrepância entre os dois valores.

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Entre as cinco capitais analisadas, que são Maceió (AL), Recife (PE), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Salvador (BA), apenas em Maceió uma pessoa levaria duas décadas para comprar um imóvel. Em Recife, seriam 18 anos, 17 em Fortaleza, 14 em Salvador e 12 anos em João Pessoa, considerando um imóvel de mesmo tamanho.

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Os valores ressaltam a disparidade no mercado imobiliário do Nordeste, evidenciando a influência dos preços médios por metro quadrado e os rendimentos locais. Somente o bairro da Pajuçara, na capital alagoana, tem o metro quadrado médio mais caro de toda a cidade, chegando a custar em média mais de R$9 mil reais. Apenas o bairro de Meireles, em Fortaleza, tem um valor médio maior.

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Jarpa Aramis, mestre em economia e consultor do Sebrae Alagoas, elenca os principais elementos que influenciam na alta do preço dos imóveis. “No caso de Maceió, primeiro levamos em consideração que é uma capital, mas que é relativamente pequena quando você compara com as demais capitais. Então, é possível você ter uma qualidade e um acesso a bens e serviços muito próximos. Ou seja, como a cidade é pequena você consegue se deslocar com facilidade diferente de outros centros urbanos, apesar de ter uma série de problemas, principalmente com o trânsito. Essa facilidade é um dos fatores”.

Além disso, o economista mencionou o afundamento de solo, causado pela extração de sal gema realizada pela mineradora Braskem, que fez com que cinco bairros fossem desocupados quase completamente. Com isso, a demanda aumentou e encareceu o valor dos imóveis.

“Vamos olhar para um raio de 200 metros, eu tenho um posto de combustível, farmácia, supermercado, clínicas de uma série de ordens. Então, eu tenho tudo que pode atender às minhas necessidades neste raio. Com o problema causado pela Braskem, a gente tem uma migração das pessoas que moravam ali, que foram para a parte baixa [região próximo às praias], e teve uma outra que não tinha condições financeiras para poder migrar para essas regiões que têm maior e melhor infraestrutura”, exemplificou.

Valor do aluguel nas capitais nordestinas

Dentre as capitais do Nordeste que foram analisadas, Recife apresentou o preço médio mais elevado para locação residencial, atingindo 44,2 reais por metro quadrado. As únicas outras cidades que apresentaram valores de aluguel por metro quadrado são Salvador (R$31,4/m²), e Fortaleza (R$26,4/m²). Todas as análises são do mês de junho.

Assim, um morador de Recife que deseje alugar um imóvel residencial de 50 metros quadrados, gastaria em torno de R$2.210 a cada mês. Como a renda média mensal de um pernambucano é de R$1.686, o valor do aluguel representaria um terço a mais que sua renda mensal.

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