Por Cezar Xavier, do portal Vermelho
O Espaço Ivandro Cunha Lima, no Senado Federal, exibe até 6 de outubro 68 fotografias com aspectos marcantes e belos do bioma Amazônico. É o trabalho do fotógrafo ítalo-francês Leonide Principe, que ao longo de 30 anos percorreu os mais diversos rincões da Amazônia, retratando a sua exuberante biodiversidade, seus inúmeros ecossistemas, sua gente e suas festas. Na quarta-feira (27), a exposição terá ainda uma apresentação dos bumbás Caprichoso e Garantido, a partir das 10h40 da manhã.
Com curadoria de Juliana Belota, a exposição integrou a programação da Cúpula dos Países Pan-Amazônicos, no I Fórum Internacional da Amazônia: cidades, sustentabilidade e cidadania climática”, em Belém, ocorrida no início de agosto.
Leonide explica em que consiste o trabalho. ”Meu trabalho pode ser definido como fotógrafo de arquivo. Fotógrafo de arquivo é um profissional que fica arquivando um determinado tipo de imagem sobre um assunto bem determinado. O meu trabalho foi construir um arquivo sobre o assunto Amazônia. Entendo isso como fauna, flora, paisagens, cultura, gente, populações, etc.”
A exposição no Senado tem 11 painéis com imagens conectadas ao site do fotógrafo por meio de QRcodes. Quando o código é ativado no celular, a página correspondente àquela imagem abre no navegador, oferecendo ao visitante um leque de informações sobre a foto pesquisada. Leonide explica as diversas etapas pelas quais passou ao longo desses 30 anos de trabalho.
As imagens do acervo, no momento, estão sendo indexadas e disponibilizadas para acesso ao usuário na ponta deste e de outros museus, através do site https://leonideprincipe.photos e do sistema Tainacan – Programa Acervo em Rede, que tem como principal objetivo promover a democratização do acesso digital aos bens culturais musealizados, promovendo também a digitalização e a documentação dos acervos das instituições museológicas na internet.
”Os primeiros 10 anos foram realizados com filme analógico, cromos, aquilo como fazia foto antigamente. Se seguiu uma adaptação às novas técnicas digitais. Nos seguintes 20 anos, segui fotografando com câmeras digitais. A Amazônia foi o meu foco, mas dizer Amazônia é muito genérico. Na verdade, a Amazônia tem vários aspectos, vários ecossistemas, várias maneiras de poder conhecer isso. E eu espero que isso apareça dentro das fotografias e que as pessoas possam perceber quanto a Amazônia é diferente. É algo realmente maravilhoso.”
Todo o acervo de 130 mil imagens de Leonide está arquivado no Centro Cultural Povos da Amazônia, que fica na cidade de Manaus e está disponível para estudantes, cientistas, pesquisadores e artistas. Duzentas imagens já podem ser acessadas também pelo site PhotoAmazonica, com PH. A plataforma está integrada com coleções de diversos museus pelo plugin ‘Tainacan’, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Museus. Mas a curadora da exposição, Juliana Belota, destaca que vale a pena uma visita presencial na exposição do Senado, especialmente na manhã da próxima quarta-feira.
”Teremos excepcionalmente no dia 27 a apresentação dos bumbás Caprichoso e Garantido, que se apresentarão no horário de 10h40 às 11h10 da manhã.
O site trabalhará no sistema creative commons, o que permite a artistas, educadores, pesquisadores e artivistas, fazerem uso do acervo sem ônus, para atividades não comerciais. Ou seja, vale a pena conferir e divulgar para que o máximo de pessoas que atuam nas áreas de educação, arte e cultura possam usar permanentemente o acervo.
A exposição “30 anos de floresta: a Amazônia na fotografia de Leonide Principe” pode ser vista até o dia 6 de outubro, no Espaço Ivandro Cunha Lima, no Senado.
